Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 239

Leandro I Zimerman, Jorge P Ribeiro e Claudio M Medeiros

Serviço de Cardiologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS; Faculdade de Medicina da UFRGS

Fundamento: A estimativa da freqüência cardíaca média (FCM) na fibrilação atrial (FA) é realizada geralmente de forma empírica. As recomendações quanto ao número de batimentos a ser utilizado em seu cálculo variam desde aquele contido em poucos segundos até 1 minuto.

Objetivo: Avaliar o número de intervalos RR (intRR) necessários para estabelecer a FCM na FA.

Material: 7 pacientes (4 h, 61±8anos, sem cardiopatia) com história de FA paroxística submeteram-se a estudo eletrofisiológico (EE). As drogas de ação cardiovascular foram suspensas com prazo superior a 5 meias-vidas.

Métodos: O EE incluia a avaliação da refratariedade e condução AV nodal (RCAVN) seguida de induções de FA. Todos os pacientes estavam dormindo sob ação de midazolan e o episódio de FA de maior duração foi escolhido para análise, estabelecendo-se: 1) n séries de médias sucessivas a cada 25 intRR, sendo em cada uma destas calculado o número de intRR necessários para que a FCM ficasse definitivamente dentro da faixa de ±5% da FCM global (de todo o episódio) e 2) as médias móveis a cada 30 e 60 intRR.

Resultados: Todos os pacientes apresentavam RCAVN uniformes. Os episódios apresentaram média de 1961±105 intRR e ciclo médio de 541±84 ms. A média de intRR necessários para que a FCM ficasse definitivamente dentro da faixa de ±5% da FCM global variou de 23±25 a 70±55 sendo inversamente proporcional ao grau de estacionaridade (avaliada pelo número de médias móveis superiores a ±5-10% da média global). Para que 95% de todas as médias sucessivas ficassem definitivamente dentro da faixa de ±5% da média global foi necessário utilizar 123 intRR, correspondendo a 66 seg.

Conclusão: O número de intRR necessários para estimar a FCM na FA de pacientes dormindo e com RCAVN uniformes é muito variável e depende do grau de estacionaridade. Sob estas circuntâncias, recomenda-se calcular a FCM utilizando os intervalos contidos em pelo menos 1 minuto do ECG.