Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 250

Aspectos Clínicos e Eletrofisiológicos do Seguimento Tardio de Pacientes Submetidos a Implante de Desfibrilador Cardíaco.

Cássia E. Kusnir, Roberto Márcio A. Viana, André Gustavo Rezende, Marly G. Lopes, José Carlos S. Andrade, Angelo A. V. de Paola.

Setor de Eletrofisiologia Clínica - Disciplina de Cardiologia - Escola Paulista de Medicina - UNIFESP - São Paulo - SP.

 

Fundamento: As particularidades referentes ao seguimento tardio dos indivíduos portadores de desfibrilador cardíaco implantável (DCI) apresentam aspectos clínicos discutíveis devido à pequena experiência nacional com esse grupo de pacientes.

Objetivo: Relatar a experiência clínica e os dados eletrofisiológicos do acompanhamento tardio de pacientes (pac) submetidos a implante de DCI.

Pacientes e métodos: Dezesseis (16) pac. foram submetidos a implante de DCI no período de setembro de 93 a fevereiro de 97, sendo 12 do sexo masculino, com idades variando de 19 a 72 anos (média de 48 a). Nove eram chagásicos, 2 com miocardiopatia dilatada idiopática, 2 coronariopatas e 3 não apresentavam doença cardíaca estrutural. O retorno ambulatorial foi mensal no 1° trimestre, bimestral a partir do 4° mês ou após cada choque sentido. Após 6 meses de evolução, realizou-se novo estudo eletrofisiolögico (EEF) e comparação dos parâmetros obtidos em EEF basal pré implante.

Resultados: Terapêutica eficaz e apropriada foi observada em 6 pac., choques inapropriados em 4 pac.; o reposicionamento do cabo-eletrodo do DCI foi necessário em 3 casos. O EEF com 6 meses de evolução foi realizado em 8 pacientes (50%), com reprodutibilidade da taquiarritmia em 7 casos (87,5%); observando-se aumento do limiar de desfibrilação em 1 caso (12,5%). Um pac. necessitou de troca do gerador 3 anos após o implante e um foi submetido à transplante cardíaco no 7° mês de evolução.

Conclusão: 1) Em 37,5% dos casos a morte súbita pôde ser evitada pela terapêutica elétrica apropriada; 2) O EEF com 6 meses de evolução apresentou alta taxa de reprodutibilidade da taquiarritmia basal e alteração do limiar de desfibrilação foi encontrada em apenas 1 caso (12.5%); 3) O DCI pode ser uma alternativa eficaz de tratamento para pacientes com alto risco para morte súbita que aguardam transplante cardíaco.