Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 260

Preditores de Mortalidade em Idosos com Estenose Aórtica Acentuada (EAo). Seguimento de 5 anos.

Humberto Pierri, Luiz V. Decourt, Maurício Wajngarten, Caio Medeiros, Álvaro Catani, João B. Serro-Azul, Otávio Gebara, Amit Nussbacher, Ligia Pivotto, Antonio C. Pereira-Barreto.

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP - São Paulo - SP

 

  • O reconhecimento de preditores de mortalidade em idosos (id) portadores de EAo é de extrema importância para a tomada de decisões. 56 id (80,4±5,2 anos) com EAo (área valvar 0,6±0,2 cm2 e/ou gradiente aorta-ventrículo esquerdo de 66,4±20,8 mmHg) foram acompanhados bianualmente por período de 72 meses. Analisamos as correlações entre mortalidade e os sintomas, o ECG e os achados da ecocardiografia (eco) por meio de análise uni e multivariadas. 23% dos id eram assintomáticos e 77% eram sintomáticos (dispnéia, angina de peito e síncope). 32 % dos id morreram durante o seguimento clínico.
  • Os seguintes parâmetros tiveram correlação positiva com mortalidade pela análise univariada: aumento da idade (p=0,01), grandes volumes sistólico final (p=0,006), aumento do átrio esquerdo (ae) pelo ECG (p=0,04), presença de bloqueio de ramo esquerdo (p=0,02). Por outra, houve correlação negativa (baixa mortalidade) com: presença de ritmo sinusal (p=0,004) e ausência de sintomas. A análise multivariada mostrou correlação positiva entre mortalidade e idades mais avançadas (p=0,002) e aumento do AE (p=0,002) e correlação negativa (baixa mortalidade) com presença de ritmo sinusal (p=0,0007) e ausência de sintomas (p=0,04).
  • Assim pode-se concluir que: 1. Os mais poderosos preditores de mortalidade foram aumento de idade, ausência de ritmo sinusal, aumento do ae no ECG e a presença de sintomas. 2. A presença de sintomas é preditor mais poderoso do que os dados obtidos pelo eco. 3. Idosos com EAo mais assintomáticos e em ritmo sinusal apresentam baixo risco de morte e portanto podem ser acompanhados clinicamente.