Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

Manuel Cano, Antonio C. Kambara, Ricardo Pavanello, Galo Maldonado, Luciana Constant, Rodrigo Barretto, Ibraim Pinto, Amanda Sousa, J. Eduardo Sousa.

Fundamentos: Há interesse crescente no tratamento das obstruções carotídeas por técnicas percutâneas com uso de prótese endovasculares (stent) no campo da cardiologia intervencionista.

Objetivo: Avaliar o resultado nos primeiros pacientes submetidos à angioplastia com implante de stent na artéria carótida interna.

Material e Métodos: De agosto de 1996 a março de 1997 foram realizados 14 procedimentos em 13 pacientes. A idade variou de 52 a 67 anos, sendo 8 do sexo masculino. Nove eram sintomáticos, dos quais 1 exibiu antecendentes de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI). Dos 4 pacientes assintomáticos, 2 apresentavam lesão estenosante superior a 70%, 1 tinha contra-indicação à endoarterectomia (lesão de difícil acesso cirúrgico, agravada pela oclusão da carótida contralateral), no outro, pós revascularização do miocárdio, foi implantado um stent em cada carótida com intervalo de um mês. Todos os casos eram premedicados com ticlopidina e aspirina e a técnica empregada foi a coaxial preconizada pelo grupo da Universidade de Alabama com pequenas variações. Em 12, a obstrução foi tratada pelo implante do Wallstent e, em 2, pelo stent de Palmaz-Schatz.

Resultados: Sucesso (lesão residual ausente ou menor que 10%) foi alcançado em todos os casos. Um, apresentou AVCI com resolução quase completa em 24 horas.

Conclusões: A angioplastia carotídea com implante de stent é uma técnica promissora, com ótimos resultados. Trata-se de procedimento alternativo à endoarterectomia cuja efetividade a longo prazo merece avaliação, inclusive dos estudos randomizados em andamento.