Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

Dirceu R. Almeida, José H. Palma, Antonio C. Carvalho, José A. Souza, Enio Buffolo, Eulogio E. Martinez.

Escola Paulista de Medicina - UNIFESP, São Paulo - Brasil.

O tratamento cirúrgico da dissecção aórtica (DA) tipo B está acompanhado de alta mortalidade operatória, ficando reservado para as DA complicadas.

Objetivo: apresentar um caso onde a dissecção da aorta torácica descendente foi tratada na sala de hemodinâmica com emprego de stent pela via femoral.

Casuística: Paciente de 77 anos, portadora de DPOC e Iao severa, com quadro de DA tipo B, envoluindo com dor persistente à despeito de rigoroso controle pressórico. Tomografia de tórax (TC) e aortografia demonstram DA do tipo B, com fenda no 1/3 médio da aorta descente e falsa-luz em expansão. Devido ao alto risco cirúrgico optou-se pela tentativa de tratar a rotura da intima com o emprego de um stent.

Material/método: Com anestesia local, isolou-se a artéria femoral esquerda, onde foi introduzida um stent auto-expansível (fios de aço recobrto por Dacron) dentro de uma bainha 21F, com 10 cm de extensão. Sob controle radioscópico o stent foi liberado ao nível da rotura da intima. A femoral direita foi puncionada para realização da aortografia pré e pós stent.

Resultado: Após a liberação do stent (auto expansível) a aortografia de controle demonstrou obliteração completa da fenda e o desaparecimento da falsa-luz e após o procedimento houve desaparecimento completo da dor torácica e a paciente recebeu alta 48 hs após o procedimento. Está no 2o mês de acompanhamento, assintomática, e a TC controle de tórax demonstrando a prótese bem posicionada, sem vazamento com desaparecimento da falsa-luz.

Conclusão: Este caso demonstra, pela primeira vez em nosso meio, a possibilidade de se tratar alguns pacientes com DA tipo B na sala de hemodinâmica com emprego de stent endovascular.