Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 283

Parada Cardiorespiratória na Gestação: Resultado Materno e Fetal

Berenice C. S. Catharina, Citânia L. Tedoldi,

Teresa B. Espinosa, Sérgio M. Espinosa

Hospital Nossa Senhora da Conceição - Porto Alegre - Rio Grande do Sul

Fundamento:

A Parada Cardiorespiratória (PCR) provoca alterações de perfusão e ventilação que podem determinar seqüelas irreversíveis.

Objetivos:

Demonstrar que a rápida reversão da PCR no período da organogênese não ocasionou seqüela materno-fetal.

Material:

Gestante, 37 anos, sem cardiopatia prévia conhecida, apresentou PCR por Fibrilação Ventricular com 8 semanas de Idade Gestacional (IG). Diagnosticado miocardiopatia dilatada com Fração de Ejeção (FE) de 38%. Tratada a Insuficiência Cardíaca (IC) de maneira convencional e a arritmia (períodos de Taquicardia Ventricular não sustentada) com Amiodarona. Com 32 semanas de IG houve piora da classe funcional de II-b para IV-b, atribuído ao período de volemia máxima. Com maturidade pulmonar comprovada (IG de 34 semanas), optou-se por interrupção da gestação via alta.

Recém-nascido adequado para a IG com desenvolvimento normal até a presente data (1 ano). Ecografia de controle 12 meses após, mostrou FE de 58%, inferindo a hipótese de miocardiopatia periparto, prévia (último parto em jun/94 sem evidências de cardiopatia).

Resultados:

O tratamento adequado da IC e da Arritmia permitiu a evolução da gestação até a maturidade fetal. a Amiodarona pode ocasionar alterações funcionais da tireóide, principalmente hipotireoidismo congênito, o que não foi constatado na avaliação do neonato.

Conclusões:

A pronta reversão da PCR e o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar foram determinantes na evolução satisfatória da gestante e do concepto.