|
|
Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 284 Gravidez em Portadora de Doença Coronária Obstrutiva. Resultados Materno-fetais.
Walkíria S Ávila, Max Grinberg, Eduardo G Rossi, José F Ramirez, Giovanni Bellotti. Instituto do Coração do HCFMUSP, São Paulo - SP. Fundamento: A evolução da gravidez em mulheres portadoras de doença coronária obstrutiva ainda é desconhecida. Objetivo: Estudar a incidência e os possíveis fatores predisponentes de eventos cardiovasculares na gestação de portadoras de doença coronária. Métodos: Estudamos prospectivamente 14 mulheres, com idade média de idade de 34 ± 4,3 anos, que apresentavam cinecoronariografia revelando estenose coronária >70%, 12 delas com lesão uniarterial e duas multiarterial. Previamente a gravidez, 7 pacientes (pts) sofreram infarto do miocárdio (IM) e duas foram submetidas a angioplastia transluminal coronária (ATC). Fatores de risco observados foram: tabagismo (10 pts), contraceptivo oral (7 pts) e hipertensão arterial (5 pts). No início da gestação 2 pts eram assintomáticas, 8 apresentavam angina estável e 4 estavam em classe funcional II (NYHA). A média da fração de ejeção (FE) foi 58% ± 6,8%. Restrição de atividade física e fármacos essenciais foram recomendados. Os eventos cardiovasculares foram correlacionados com idade, sintomas prévios, IM ou ATC, fração de ejeção e fatores de risco. Resultados: Não houve morte materna. Treze pts atingiram o termo de gestação que resultaram em 13 recém-nascidos normais com peso médio= 2420 ± 680g. Houve um aborto espontâneo. Na gestação 7 (50%) pts não apresentaram eventos cardiovasculares, 4 evoluíram para angina instável (2 delas necessitaram ATC) e 3 para insuficiência cardíaca (ICC). Pacientes com eventos cardiovasculares foram significativamente mais idosas (37.8 ± 5.5 vs 30.1 ± 3.9; anos p<0.001) e tiveram FE mais baixas (50.0 ± 6.2% vs 65.1% ± 6.5%; p<0.001). Conclusões: 1) Gravidez pode ser tolerada em mulheres com doença arterial coronária; 2) Eventos cardíacos como angina, ATC e ICC estiveram presentes em 50% das pts; 3) Idade e fração de ejeção foram variáveis relacionadas com pior evolução clínica e 4) Aconselhamento de gravidez em mulheres com doença coronária exige análise criteriosa e prudência. |