Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 285

Infecções em cabo de marca-passo definitivo endocavitário diagnosticadas ao ecocardiograma transesofágico: Relato de 4 casos

Maria C. Pereira, Denise U. Dani, Tamara Katina, Nilson Maia, Eduardo D. Chula, Marcia M. Barbosa

Instituição: Ecocenter - Hospitais Vera Cruz e Socor - BH/MG

Infecções após implante de marca-passo definitivo endocavitário (MP) são eventos raros (1 a 20% na literatura) podendo, entretanto, levar a sérias complicações. Como se trata de uma entidade grave, o diagnóstico precoce é importante para orientar o tratamento precoce e assim influenciar o prognóstico.

Objetivos: Relatar os casos de endocardite infecciosa (EI) associada a MP diagnosticadas ao ecocardiograma transesofágico (ETE) em nosso serviço.

Metodologia: No período de outubro de 1992 a dezembro de 1996, foram realizados 1658 ETE em nossa instituição, sendo 171 (10%) casos de EI. Destes, 4 (2%) eram associados a cabo de MP e foram analisados restrospectivamente.

Resultados: A idade média dos pacientes foi de 45 anos (18 a 78), sendo 3 do sexo masculino. Os gérmens isolados em 3 casos foram: S. aureus em 2 e Enterococcus sp. em 1 (não se obteve resultado de cultura em 1 caso).

Ao ETE, 3 pacientes apresentavam grandes vegetações em veia cava superior, sendo que em 2 destes havia vegetação também na valva tricúspide. Um paciente possuía vegetação no cabo de MP em átrio direito e em valva mitral. Três pacientes foram encaminhados à excisão cirúrgica do cabo de MP (um dos 4 não tinha condições clínicas para submeter-se à cirurgia). Todos evoluíram com quadro séptico e apenas um paciente sobreviveu. Os achados per-operatórios confirmaram os achados ao ETE.

Conclusão: Infecção de cabo de MP é uma entidade rara de alta mortalidade, sendo portanto importante o seu diagnóstico acurado. O ETE permite seu diagnóstico precoce e orientação terapêutica.