Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 290
Diagnóstico Pré-Natal da Anomalia de Ebstein: Relato de 8 Casos
Roberto C. Pellanda, Lucia P. Zimmer, Rejane F. Dillenburg, Alexey Andrade, Ana P.
D. Silva, Juliana N. Risch, Gislaine Ceccon, Paulo Zielinsky.
Unidade de Cardiologia Fetal - Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/FUC, Porto
Alegre - RS.
Fundamentos: A anomalia de Ebstein da valva tricúspide pode ser facilmente
detectada durante a ecografia obstétrica de rotina, pois geralmente produz regurgitação
significativa e cardiomegalia, que originam a necessidade de encaminhamento para uma
avaliação mais detalhada através de ecocardiografia fetal.
Objetivo: descrever os aspectos clínicos e ecocardiográficos da anomalia de
Ebstein da valva tricúspide detectada durante o período pré-natal.
Delineamento: coorte histórica compreendendo o período entre janeiro de 1989 e
outubro de 1996.
Pacientes e métodos: Foram identificados, atraves de revisão de dados
secundários, 8 casos de anomalia de Ebstein diagnosticados durante a vida intra-uterina e
acompanhados na Unidade de Cardiologia Fetal do IC-RS/FUC durante o período do estudo.
Resultados: O principal motivo de encaminhamento foi a cardiomegalia detectada
durante a avaliação ultra-sonográfica obstétrica de rotina. A idade gestacional variou
de 24 a 36 semanas no momento do diagnóstico. Todos os 8 fetos apresentaram
regurgitação tricúspide significativa, dois com severa hidropsia fetal. Três fetos
apresentavam estenose pulmonar associada, e um paciente apresentava CIA. Dois pacientes
desenvolveram taquicardia supraventricular, que foi tratada intra-útero com digoxina por
via materna. Quatro fetos evoluíram para o óbito apesar das medidas terapêuticas
dirigidas à insuficiência cardíaca e às arritmias. Um paciente faleceu durante a
período neonatal após tentativa de correção cirúrgica.
Conclusão: A anomalia de Ebstein constitui-se em um grave distúrbio da vida fetal
que, apesar de raro, é prontamente detectável na avaliação obstétrica de rotina. O
prognóstico reservado enfatiza a necessidade de monitorização intensiva e tratamento
precoce durante o período pré-natal.
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