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Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 304
Hipertrofia sem Fibrose Associa-se a Função Miocárdica Supra-normal na
Hipertensão Arterial
Leonardo A M Zornoff, Luiz S Matsubara, José C Georgette, Vitor M Souza, Elenize
Jamas, Beatriz B Matsubara.
Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP,
Botucatu, SP.
Fundamento: Existe controvérsia se a disfunção do miocárdio hipertrofiado
decorre do crescimento muscular ou da fibrose intersticial.
Objetivo: Avaliar a função miocárdica na hipertensão arterial numa fase que
precede a fibrose intersticial e verificar o efeito do tratamento com lisinopril.
Métodos: Foram estudados ratos espontaneamente hipertensos (SHR) com 45 semanas de
vida sem tratamento (n=11) ou tratados com lisinopril (10mg/Kg/dia) por 15 semanas (grupo
SHRLIS, n=10). A função miocárdica foi avaliada em corações isolados, de acordo com a
técnica de Langendorff. A dosagem de hidroxiprolina (HOP) indicou a quantidade de
colágeno no miocárdio. Os resultados foram comparados com ratos WKY normotensos de mesmo
sexo e idade.
Resultados: A rigidez passiva do miocárdio, avaliada pelas curvas diastólicas
stress-deformação, foi semelhante nos três grupos estudados. Os demais resultados foram
(média ± desvio-padrão ou mediana):
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WKY |
SHR |
SHRLIS |
PAS (mmHg) |
116± 15 |
205± 29* |
114± 11 |
#VE/PC (mg/g) |
2,2 |
3,0* |
2,2 |
#V0/VE (ml/g) |
0,12 |
0,14 |
0,20* |
DSTR (g/cm2) |
91± 16 |
128± 22* |
138± 33* |
HOP (mg) |
3,7± 0,7 |
3,5± 0,7 |
3,3± 0,8 |
PAS: pressão arterial sistólica; VE: ventrículo esquerdo; PC: peso corporal; DSTR:
stress desenvolvido máximo; *: p,0,05 vs WKY; #: mediana.
Conclusões: 1- Na ausência de fibrose, a hipertrofia miocárdica secundária à
sobrecarga crônica de pressão promove aumento da contratilidade e preserva a função
diastólica. 2- O tratamento da hipertensão com lisinopril mantem as propriedades
sistólicas do miocárdio supra-normais, regride a hipertrofia e aumenta a relação
volume/massa do VE.
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