Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 305

Aspectos Morfo-funcionais da Miocardiopatia Induzida pela Adriamicina

Luiz S Matsubara, Elenize Jamas, Gisele M Santos, José C Georgette, Leonardo AM Zornoff, Beatriz B Matsubara.

Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, Botucatu, SP.

Fundamento: A adriamicina, droga anti-neoplásica largamente utilizada, pode induzir miocardiopatia com dilatação e disfunção ventricular. A fisiopatologia dessas alterações não são conhecidas.

Objetivo: Estudar o efeito da adriamicina na estrutura e função do ventrículo esquerdo (VE) de ratos numa fase que precede a insuficiência cardíaca.

Métodos: Ratos Wistar machos (200g) receberam 2 injeções intraperitoneais de adriamicina (2mg/Kg) com intervalo de 1 semana (grupo ADR, n=6). Os animais foram sacrificados 6 semanas após para estudo da função ventricular em coração isolado (técnica de Langendorff) e análise histopatológica do miocárdio. A dosagem de hidroxiprolina (HOP) indicou a quantidade de colágeno miocárdico. Os resultados foram comparados com ratos de mesma idade e sexo não tratados (grupo CONT, n=10)

Resultados: Pequenas áreas de necrose miocárdica com infiltrado linfo-mononuclear foram observadas em todos os corações dos animais tratados. Os demais resultados sâo apresentados abaixo (média± desvio padrão):

VE/PC: razão peso VE/peso corporal; PS30: pressão isovolumétrica do VE para pressão diastólica de 30 mmHg; D V: volume necessário para elevar a pressão diastólica de 0 para 30 mmHg; STRAIN: deformação miocárdica para pré-carga de 30g/cm²; * p<0,05 vs. CONT.

Conclusão: Na fase que precede a insuficiência cardíaca, a miocardiopatia induzida por adriamicina caracteriza-se por: 1- redução do colágeno miocárdico, 2- aumento da elasticidade do músculo e da complacência do VE, 3- maior capacidade ventricular de gerar pressão associada a estiramento diastólico supra-normal do miocárdico.