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Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 314
Obesidade abdominal como fator de risco para doença coronária - Características das
populações participantes do Estudo HOPE
Marcelo Bertolami, em nome dos Investigadores HOPE, São Paulo, SP.
Centro Coordenador Brasileiro, São Paulo, SP.
Fundamento: a obesidade tem sido apontada como fator de risco independente para
doença arterial coronária. Estudos mostram que a obesidade abdominal, principalmente a
ligada ao aumento da gordura perivisceral é particularmente danosa. A medida desta
gordura é feita pela tomografia computadorizada, exame caro e na maioria das vezes
inacessível, ou pela determinação da relação cintura/quadril (RCQ), índice proposto
como substituto da avaliação tomográfica. A RCQ aumentada está relacionada com maior
incidência de eventos isquêmicos.
Objetivo: comparação da RCQ e a sua influência sobre a ocorrência de eventos
entre diferentes países participantes no Estudo HOPE.
Delineamento: análise do banco de dados do Estudo HOPE (randomizado,
placebo-controlado e duplo-cego).
Casuística: foram avaliados os dados dos pacientes envolvidos na fase basal do
estudo, nas diversas regiões, de acordo com as fichas clínicas. Foram randomizados 9.541
pacientes, dos quais 466 (5%) pacientes no Brasil.
Resultados: a população do HOPE compreende 81% de coronariopatia, 38% de diabetes
e 55% de hipercolesterolemia. O Índice de Massa Corporal (IMC) mostrou-se semelhante em
todas as regiões, com exceção dos USA, onde foi maior. A RCQ acima de 1 foi considerada
anormal e encontrada nas seguintes proporções, dividido por países e por sexo: Canadá
(H=83,4% e M=57,3%), Europa (H=81,6% e M=55,6%), USA (H=78,1% e M=51,5%), América do Sul
(H=81,4% e M=67,4%), México (H=82,1% e M=71,5%) e Total (H=82,4% e M=58,2%). O aumento da
RCQ mostrou-se significativamente mais prevalente entre as mulheres da Argentina, Brasil e
México, em relação às outras regiões, havendo maior incidência de eventos
isquêmicos nestas mulheres em comparação com outros países.
Conclusão: O Estudo HOPE proporcionará elementos sólidos para elucidar o papel
da RCQ indicativa de obesidade abdominal como fator de risco isolado ou associado a outros
fatores. Os resultados preliminares do HOPE sugerem que RCQ elevada está associada com
maior incidência de eventos isquêmicos no primeiro ano de seguimento.
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