Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 318

Determinação dos Preditores Independentes da Reestenose Pós Implante dos Stents.

Gilberto Nunes, Sergio Braga, Fausto Feres, Ibraim Pinto, Luiz A. Mattos, Claudia Mattos, Gustavo Ramalho, Amanda Sousa, J. Eduardo Sousa.

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo-Brasil.

 

Fundamentos: Os preditores de reestenose (RE) pós angioplastia já estão bem estabelecidos. Entretanto, ainda não existe consenso a respeito dos fatores predisponentes à reestenose pós implante dos stents (St).

Objetivo: Determinar os preditores independentes da RE pós implante dos St, numa série não selecionada de pacientes (P).

Delineamento: Análise restropectiva de P tratados com St.

Pacientes: Foram analisados 319 P submetidos a implante de diversos tipos de St, no período de 12/87 a 11/96, e que realizaram angiografia de controle por recorrência da isquemia ou finalização do segmento de 6 meses. Não foram excluídos os implantes não planejados e em pontes de safena.

Métodos: Foram analisadas 27 variáveis clínicas, angiográficas e do procedimento e a sua relação com a ocorrência de reestenose angiográfica (lesão > 50%). As variáveis categóricas foram comparadas pelo teste do qui-quadrado e as variáveis contínuas pelo teste t de Student. As variáveis em que esta análise preliminar evidenciava um valor de p< 0,20 foram incluídas numa análise de regressão logística, tendo como variável dependente a presença ou ausência de reestenose angiográfica.

Resultados: A taxa de RE foi de 32%. A análise multivariada identificou apenas 2 preditores independentes da ocorrência de RE: o número de St implantados (1,13 no grupo com RE contra 1,07 no grupo sem RE, p=0,0132) e o diâmetro de referência do vaso pré-implante (3,28 mm no grupo com RE contra 3,8 mm no grupo sem RE, p=0,0495).

Conclusões: Ao contrário do observado com a angioplastia coronária, fatores clínicos e angiográficos como diabetes, quadros clínicos instáveis e o vaso tratado não foram associados à maior ocorrência de RE após a utilização das próteses coronárias. A presente análise, realizada num grupo não selecionado de P submetidos ao implante dos St, identificou apenas o diâmetro de referência do vaso e o emprego de múltiplos St como preditores independentes da ocorrência de RE após o emprego destas próteses.