Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 337
Diferentes Lesões da Matriz Intersticial na Cardiomiopatia Dilatada (CMD) e na
Cardiopatia Chagásica (CCH).
Maria L Higuchi, Thales de Brito, Vera Aiello, Shizie Fukasawa, Giovanni Bellotti e
Fulvio Pileggi.
Instituto do Coração - HCFMUSP e Departamento de Patologia FMUSP
Fundamento - O papel das alterações da matriz interstitial no remodelamento
ventricular nos corações dilatados é assunto controverso. Usualmente os estudos
histopatológicos têm sido feitos em cortes finos onde a análise da disposição e
composição do colágeno é difícil.
Objetivo - Estudar e quantificar as lesões da matriz interstiticial nas CMD e CCH
utilizando cortes histológicos grossos, corados com técnica específica para diferenciar
os colágenos.
Material - Estudo de 3 fragmentos de cada um de 3 corações com CMD, 3 com CCH e 3
macroscopicamente normais.
Método - De cada fragmento foram feitas secções histológicas com 40um de
espessura, coradas pela técnica de Del Rio Hortega. As medidas de fração de área de
colágeno (corado em rosa) e número de conexões fibrilares colágenas (CFC) entre fibras
cardíacas (coradas em preto) foram feitas no Sistema de Análise de imagem Quantimet -
Leica.
Resultado - Corações normais mostraram no. de CFC de 22.9(+5.5) e área de
colágeno de 205um2/campo de 200x . Corações com CMD frequentemente mostravam
miofibras estiradas e finas e moderada a intensa fibrose (15623um2 +
8807), além de diminuído no. de CFC (7.7+2.9). Corações chagásicos mostraram
severa hipertrofia, fibras miocárdicas completamente envolvidas por fibrose densa (14201+6646)
que devem causar restrição miocárdica; as CFC estavam em número reduzido ou ausentes
em areas, ao lado de outras onde elas estavam aumentadas (20.1+ 7.5).
Conclusão - Fragmentação e destruição das fibrilas colágenas que ligam
lateralmente as fibras cardíacas parecem ter papel fundamental na dilatação das CMD.
Por outro lado, na CCH a fibrose densa e hialina que envolve as fibras cardíacas devem
contribuir para disfunção sistólica e diastólica.nessa patologia.
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