Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 340

Análise dos Potenciais Ventriculares Tardios Pelo Eletrocardiograma de Alta Resolução na Doença de Chagas

Adriano F Moraes, Francisco Albanesi F.º, Eduardo Barbosa, Paulo Ginefra

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ , RJ

 

Objetivo : Detectar a presença de potenciais ventriculares tardios através do eletrocardiograma de alta resolução (ECGAR) na doença de Chagas.

Casuística : Entre 62 chagásicos que realizaram ECGAR, selecionamos 18 que estavam em ritmo sinusal e não apresentavam distúrbios da condução. A amostra tinha a seguinte característica : 38 a 65 (50,55± 8,07) anos, maioria feminina (12-66,66%), sendo 10 com alterações no eletrocardiograma (ECG).

Método : A análise do ECGAR foi feita no domínio do tempo utilizando freqüência de amostragem de 2000 Hz, ruído £ 0,300 m V, filtro bidirecional em 40-250 Hz com cálculo do vetor magnitude e as variáveis duração do QRS, RMS40 e LAS40. Foi considerado positivo quando pelo menos 2 dos 3 critérios estavam alterados (duração QRS > 114 ms, RMS < 20m V e LAS > 38 ms). Foram realizados ecocardiograma com Doppler para análise da função ventricular esquerda (VE).

Resultados : A média do número de batimentos promediados no ECGAR foi de 732,33 ± 277,74 e a média de ruído atingido foi de 0,301 ± 0,002 m V. O ECGAR foi positivo em 3 (16,66%) sendo em todos os casos os parâmetros alterados o RMS40 e o LAS40. O primeiro tinha ECG alterado (extrassístoles ventriculares e isquemia subepicárdica ântero-lateral) e disfunção sistólica do VE (VED=6,8 e VES=4,6cm). O segundo tinha o ECG e o ecocardiograma normais, porém com história prévia de taquicardia ventricular. O terceiro apresentava ECG alterado (extrassístoles ventriculares e área de inatividade elétrica), disfunção sistólica do VE (VED=4,8 e VES= 4,3cm) e forma digestiva (megacolo). Nenhum paciente era portador de doença coronária, hipertensão arterial nem diabetes mellitus.

Conclusão: Encontramos em 16,66% dos chagásicos sem distúrbios da condução, potenciais tardios no ECGAR na análise do domínio do tempo. Sua presença reflete maior grau de agressão miocárdica, representando áreas não homogêneas da ativação ventricular, estando associado a outros marcadores de pior prognóstico como a disfunção do VE e as arritmias ventriculares.