Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 342

Benefício Precoce dos Cardioversores-Desfibriladores Implantáveis em Pacientes Candidatos a Transplante Cardíaco.

Adalberto Lorga Filho, Peter Geelen, Marc Vanderheyden, Tibor Malacky, Joao Primo, Marc Goethals, Francis Wellens, Pedro Brugada.

Cardiovascular Center, OLV Hospital, Aalst - Bélgica.

 

Os cardiversores-desfibriladores implantáveis (DCI) podem ser um efetivo instrumento na prevenção de morte súbita em candidatos a transplante cardíaco (TC). Devido ao imprevisível tempo destes pacientes na lista de espera para TC os DCI podem não chegar a ser utilizados se um doador surgir precocemente. Como atualmemte o tempo médio para o TC em nossa instituição é de 3 meses, entre os 201 pac com DCI, retrospectivamente avaliamos 19 pac. que receberam DCI enquanto aguardavam TC.

Dezessete pac. eram homens e a idade era de 54±11 anos. Setenta e nove por cento dos pac. tinham miocardiopatia isquêmica e 21% miocardiopatia dilatada. Todos os pac. apresentaram arritmia ventricular maligna. A fração de ejeção de ventrículo esquerdo no implante dos DCI era 22±10%. Após um seguimento médio de 6±5 meses: 17 pac (90%) foram submetidos a TC, 1 pac morreu por taquicardia ventricular incessante e o outro continua aguardando um doador. A ocorrência de choques apropriados (CA) foi de 71% no 12º mês de seguimento.

Quando comparamos a ocorrência de CA nos pac. listados para TC (linha tracejada) com os outros 182 pac. com DCI (linha contínua) uma precoce ocorrência de CA foi observada entre os candidatos a TC (p<0,004). O tempo médio entre o implante dos DCI e a ocorrência do primeiro CA foi de 2±2 meses no grupo de TC vs. 11±10 meses nos outros pac. com DCI (p<0,03).

Conclusão: Pac com arritmias ventriculares malignas que aguardam por TC apresentam uma alta incidência de CA que ocorrem muito precocemente após o implante dos DCI. (2±2 meses).