Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 346

Tratamento Cirúrgico da Fibrilação Atrial Crônica
Cirurgia de COX III - Evolução Hospitalar

João Alberto Roso, Fernando A. Lucchese, Wagner M. Pereira, José Dario Frota Filho, Manuel Quintanilha, Edison Roswag.

Hospital São Francisco de Cardiologia e Transplante(HSF)-Porto Alegre-RS
Santa Casa de Misericórdia(SCMP)-Pelotas-RS

 

Fundamento: Em 1991 Cox e cols propuseram uma técnica cirúrgica denominada "cirurgia do labirinto ou cirurgia de Cox" para a correção da fibrilação atrial (FA) crônica nos casos refratários ao tratamento clínico.

Objetivo: Avaliar a evolução hospitalar pós cirurgia de Cox.

Delineamento: Estudo de série de casos operados em dois centros.

Pacientes: Foram estudados retrospectivamente 20 casos submetidos à cirur-gia de Cox na sua variante de número III. O sexo predominante foi o femini-no com 17 casos (85%) e as idades variaram de 26 a 70 anos (média 53).

Métodos: Analisamos patologias e procedimentos associados, necessidade de estimulação cardíaca artificial (temporária e definitiva), recorrência da arritmia, rítmo cardíaco por ocasião da alta e mortalidade hospitalar.

Resultados: Em 17 casos (85%) havia associação com valvulopatia, em 1 (5%) havia associação com cardiopatia congênita e em 2 (10%) a indicação cirúrgica baseou-se apenas na presença da arritmia. Os procedimentos as-sociados foram: 1 atriosseptoplastia, 15 valvuloplastias mitrais, 2 valvulo-plastias tricúspides (De Vega) e duas trocas de valvula mitral. Em 4 pacien-tes (20%) necessitamos estimulação cardíaca artificial na sala de operações; destes, sòmente 1 caso (5%) necessitou estimulação cardíaca artificial defini-tiva por doença do nó sinusal comprovada pelo estudo eletrofisiológico. Em 3 pacientes (15%) o eletrocardiograma (ECG) mostrava rítmo sinusal com presença de onda P e nos outros 13 (65%) o rítmo era juncional, porém com frequencia adequada (entre 50 e 80bpm). Durante as primeiras 72 horas de pós operatório a tendência foi de recuperação do rítmo atrial (sinusal?). Hou-ve recorrência da FA em 3 casos (15%), 2 deles revertidos durante a interna-ção. Na alta hospitalar 10 casos (50%) mostravam rítmo atrial (sinusal?) ao ECG, 8 (40%) mostravam rítmo regular com adequada frequência mas sem onda P e 1 caso(5%) estava em FA. Houve 1 óbito hospitalar (5%) por sepse.

Conclusão: A operação de Cox III mostrou-se eficiente para a reversão da FA crônica durante a fase hospitalar.