Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 348

Resposta Cronotrópica Ao Exercício Após Cirurgia Do Labirinto Para Fibrilação Atrial

Gustavo G de Lima, Álvaro S Albrecht, Renato A K Kalil, João R M Sant´Anna, Paulo Prates, Ivo A Nesralla;

Instituto de Cardiologia - Fundação Universitária de Cardiologia de Porto Alegre - RS (apoio CNPq);

 

Fundamento: A cirurgia do labirinto para a fibrilação atrial (FA) restabelece a contração atrial e o sincronismo atrioventricular (AV). Melhora a função cardíaca e a classe funcional dos pacientes operados. Entretanto, a incidência de disfunção do nó sinusal é significativa nesta população.

Objetivo: Avaliar prospectivamente a resposta cronotrópica (RC) dos pacientes submetidos à cirurgia do labirinto.

Delineamento: Estudo de série de casos.

Pacientes: Entre maio de 1994 e novembro de1996, 34 pacientes com FA crônica e 1 com FA paroxística foram submetidos à cirurgia do labirinto no IC-FUC, associada à correção de valvulopatia mitral (88,6%), valvulopatia aórtica (5,7%), e comunicação inter-atrial (5,7%).

Métodos: 29 pacientes, que restabeleceram ritmo regular, foram submetidos à teste ergométrico (TE), com protocolo de Bruce, em um período de 1 a 17 meses (m) de pós-operatório (PO).

Resultados: Apenas 4 pacientes (14%) apresentaram RC adequada ao exercício (85% do previsto para a idade) no último TE realizado. Quatro pacientes receberam marcapasso DDD, dois apresentaram RC inadequada e dois não realizaram TE.

Intervalo PO < 3m 3-5 m 6-11 m 12-17m
nº de pacientes 1 7 10 11
RC 52% 74+13% 73+12% 73+13%

No pré-operatório, 68,5% dos pacientes estavam em classe funcional (NYHA) III e IV, e, no PO, todos os pacientes estão em classe I e II.

Conclusões: A RC é inadequada na maioria dos pacientes que são submetidos à cirurgia do labirinto. Pode ser decorrência de disfunção sinusal prévia, ou secundária ao procedimento cirúrgico. Entretanto, apesar da incompetência cronotrópica os pacientes apresentam melhora da sintomatologia e da classe funcional.