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Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 349
Cirurgia de Revascularização Miocárdica em Pacientes com mais de 75 anos:
Experiência de um Hospital Terciário em Cardiologia
Marco Aurélio Fernandes, Luiz Antonio Campos, Renato Vieira Gomes, Celso Garcia,
Waldir Jazbik, Hans Dohmann.
Hospital Pró-Cardíaco - UTI de Pós-Operatório - PROCEP - RJ.
Fundamentos: Realizada em 1968 na Cleveland Clinic, por René Favaloro, a 1ª
Cirurgia de By-Pass Aorto-coronário com emprego da veia safena; esta modalidade
terapêutica, da insuficiência coronariana, assumiu um relevante papel na abordagem das
Síndromes Isquêmicas do Miocárdio. Nos últimos anos tem sido executada em pacientes
cada vez mais idosos, com envolvimento multi-vascular coronário, disfunção ventricular
esquerda e com patologias crônico - degenerativas: Diabetes Mellitus, Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica, Arteriopatias Vasculares Periféricas e Cerebrais, Insuficiência
Renal Crônica ... com grande risco per e pós-operatório.
Objetivos: Estudar o perfil clínico da população de pacientes com mais de 75
anos submetidos à Revascularização Miocárdica (RM) e internados na UTI-PO de nosso
hospital. Analisar os dados de mortalidade e suas correlações com as Cirurgias com e sem
circulação extra-corpórea (CEC). Material e Métodos: Estudo retrospectivo,
realizado em pacientes geriátricos, submetidos à RM, entre julho / 1993 a fevereiro /
1997 e internados na UTI-PO. Foram avaliados 56 pacientes (pacs), 41 homens (73,2%) e 15
mulheres (26,8%), com idades compreendidas entre 75 a 89 anos (x = 81,9 anos) Analisamos o
momento cirúrgico (eletivo x urgência), as cirurgias com e sem CEC e a mortalidade
intra-hospitalar. Resultados: As cirurgias de urgência foram observados em 12 pacs
(21,4%) sendo indicadas por: Angina Instável Refratária ao tratamento clínico,
complicações mecânicas do IAM, complicações de Angioplastias Coronárias e Choque
Cardiogênico - 4 destes pacientes (33,3%) submeteram-se a cirurgias combinadas:
correção de CIV pós-IAM, Troca valvar Mitral, endarterectomia de carótida e correção
de Pseudo-Aneurisma de Artéria Fermural. A faixa etária de grupo com CEC variou de 75 a
88 anos (x= 78,1 anos) e a do grupo sem CEC de 75 a 89 anos (x= 80 anos). Foram realizadas
31 cirurgias sem CEC (55,3%) e 25 com CEC (44,7%). O número global de artérias
submetidas ao "by pass" foi em média de 2,12 por paciente; sendo 1,77 no grupo
sem CEC e 2,56 no com CEC. O tempo global de permanência na UTI.PO variou de 1 a 24 dias
(x= 5,71 dias); no grupo com CEC: 1 a 24 dias (x= 6,16 dias)e no sem CEC: 2 a 23 dias (x=
5,23 dias). A mortalidade global foi de 5 pacs (8,9%), sendo 3 (12%) do grupo com CEC e 2
(6,4%) do Grupo sem CEC. Conclusão: O aumento da expectativa de vida populacional,
notadamente de cardiopatas, representa uma tendência universal. Os procedimentos
intervencionistas, entre eles à RM são e serão cada vez mais empregados na faixa
etária de idosos. Nesta série podemos observar resultados cirúrgicos imediatos bastante
animadores; considerando-se além da idade, a gravidade e o momento cirúrgico
verificados. A RM sem o emprego da CEC parece representar efetivamente em avanço
técnico.
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