Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 352
Estimativa do risco inerente à correção cirúrgica da comunicação
interventricular após infarto agudo do miocárdio.
Luís A Dallan; Sérgio A Oliveira; Luiz Lisboa; Paulo Lavítola; Richard
Cabral;Fernando Platania; José Iglésias; Fábio Jatene; Adib D. Jatene.
Instituto do Coração - HCFMUSP - São Paulo (SP)- Brasil
Fundamento: Correção cirúrgica de complicação mecânica do infarto agudo do
miocárdio(IAM).
Objetivo: Avaliar as diferentes condições clínicas de pacientes submetidos a
correção cirúrgica da comunicação interventricular (CIV) pós IAM, correlacionando-as
à morbidade e mortalidade do procedimento.
Delineamento: Estudo de série de 92 casos
Pacientes: Entre 1984 a 1996, 11 235 pacs foram revascularizados em nossa
instituição, dos quais 92 (0,8%) eram portadores de CIV após IAM. O sexo masculino
predominou em 51 (55,4%) pacs, assim como a raça branca 82 (89,1%). Havia lesão
uniarterial em 44 (17,8%) pacs, biarterial em 23 (25%) e triarterial em 25 (27,2%). A
localização da CIV era anterior em 61 (66,3%) pacs e inferior em 31 (33,7%) A via de
acesso cirúrgico foi por ventriculotomia E em 90 (97,8%)pacs e através do átrio direito
em 2 (2,2%).
Métodos: Os dados obtidos incluíram a técnica do fechamento da CIV, a condição
hemodinâmica pré-operatória dos pacs e a evolução pós-operatória.
Resultados: 1) Não foram observadas variações estatísticas
significativas em: 1.a)sexo: masculino-51 pacs, 16 óbitos (31,3%); feminino : 41
pacs, 14 óbitos (34,1%).1.b) localização da CIV: anterior- 61 pacs , 19 óbitos
(31,1%); inferior: 31 pacs, 11 óbitos (35,4%).
2.)Houve diferença significativa em: 2.a) via de acesso: ventriculotomia E-
90 pacs, 30 (33%) óbitos; transatrial direita- 2 pacs, 0 óbitos; 2.b) condição
hemodinâmica pré-operatória: disfunção cardíaca leve/ moderada / severa: 26 pacs, 2
(7,6%) óbitos; choque cardiogênico: 58 pacs, 28 (48,2%) óbitos.
Conclusão: O fechamento da CIV por via transatrial proporciona menor mortalidade,
mas essa técnica está limitada a pacientes que superaram a fase aguda do IAM. A
presença de choque cardiogênico instalado é o maior fator prognóstico na correção
cirúrgica da CIV após IAM. O rápido diagnóstico e a indicação cirúrgica precoce
favorecem melhores resultados.
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