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Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 354
Anatomia Cirúrgica da Primeira Artéria Septal Anterior
Marcos Knobel, Fábio Fernandes, Paulo T.R. Gianini, José C. Prates, Antonio C.
Carvalho, Eulogio E. Martinez, Enio Buffolo
Escola Paulista de Medicina - UNIFESP - São Paulo, Brasil.
Objetivos: Avaliar a variação do número de artérias septais, assim como o seu
calibre e um possível ponto de referência na superfície epicárdica visando auxiliar a
sua manipulação cirúrgica.
Material e Métodos: Foram analisados 41 corações de cadáveres, 21 (51,2%) do
sexo masculino com idades variando de 18 a 79 anos (média 46,9 anos), todos com injeção
intracoronária de neoprene para preservar as suas dimensões. Utilizou-se uma régua
milimetrada e um paquímetro eletrônico. A análise estatística foi realizada pelo teste
do quiquadrado e coeficiente de variação de Spearman.
Resultados: A 1ASA foi a maior artéria septal na nossa amostra em 17 (41,46%)
cadáveres seguida pela segunda artéria septal - 12 (29,27%) e pela terceira artéria
septal - 7 (17,07%) p < 0,001. Baseados no trajeto da 1ASA no septo interventricular,
idealizamos uma classificação anatômica. Tipo I: artéria que irriga o terço superior
do septo interventricular (SI) 25 corações (60,98%) - Tipo II: artéria que irriga o
terço superior e a parte superior do terço médio do SI - 7 corações (17,07) - Tipo
III: artéria que irriga o terço médio e superior do SI, trabécula septo marginal e o
músculo papilar anterior do aparelho valvar atrioventricular direito 9 - corações
(21,95%) - p < 0,01. Baseados nesta classificação e correlacionando a distância de
seu óstio até a bifurcação do tronco da artéria coronária esquerda, encontramos:
tipo I - 12,92mm, tipo II 22,07mm; tipo III 20,39mm p< 0,02. Na tentativa de relacionar
a IASA com a primeira artéria diagonal (dg) observamos suas emergências em um mesmo
nível a partir da artéria descendente anterior em 12 corações (29,3%) em 23 corações
(56,1%) a 1 dg se apresentou acima da IASA e em 6 corações (14,6%) em nível inferior ao
da IASA, não apresentando estes valores significância estatística (p - 0,5953).
Conclusões: A IASA é na maior parte das vezes a mais calibrosa das artérias
septais anteriores. O seu trajeto pode ser dividido em três tipos principais. Isto
influencia a sua relação com outros pontos estratégicos do coração como a distância
da bifurcação do tronco da coronária esquerda e a origem da primeira artéria diagonal.
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