Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 355

Estudo Angiográfico Precoce em Pacientes Submetidos à Revascularização Miocárdica com Artéria Radial.

Antônio Penna, Rubens Barros, Siderval Alves, Dolores Albuquerque, Eraldo Pelloso, André Labrunie, Wesley Ferraz, João Braga, Fábio Villaça

ICM - Instituto do Coração de Marília - Marília - SP
Santa Casa de Misericórdia de Marília - Marília - SP

 

Fundamento: ficou claro nos últimos anos a superioridade dos enxertos arteriais sobre os venosos na revascularização miocárdica (RM). O uso da artéria radial (AR) na RM tem sido objeto de poucos estudos angiográficos no pós-operatório (PO).

Objetivo: observar o grau de patência das AR, a ocorrência de espasmo nesses enxertos e o melhor método para evitá-lo.

Delineamento: uma série de pacientes (pctes) submetidos à RM com AR foram submetidos à novo estudo angiográfico no PO imediato.

Material: entre 09/95 e 03/97, 178 pctes foram operados usando-se a AR. Destes, 121 pctes (68%) foram estudados no PO. A idade media era de 57,5 anos (34 a 75 anos), havia infarto do miocárdio prévio em 73 pctes (60,3%).

Métodos: dos 121 pctes foram retiradas 122 AR com que foram realizadas 143 anastomoses distais (13 AR foram divididas em 2 e 8 usadas sequencialmente). Numa primeira fase, em 51 pctes, o preparo da AR no per-operatório foi feito com sangue+Heparina+Papaverina. Numa segunda fase, em 70pctes, foi acrescentado ao preparo Verapamil. Um total de 128 AR, na sua porção mais proximal e distal, foi enviado para estudo anátomo-patológico (HP). O tempo médio de reestudo foi de 15 dias.

Resultados: Cinco AR estavam ocluídas (96,3% de patência). Na primeira fase em 52 AR estudadas observou-se algum tipo de espasmo em 11 AR (21,1%); na segunda fase em 83 AR tivemos 5 espasmos (6%). O HP das AR mostrou-se normal/aterosclerose discreta em 104 AR (81,2%) e com alterações de graus diversos em 24 pctes (18,8%).

Conclusões: No PO imediato o grau de patência da AR é elevado. O espasmo da AR pode ser grandemente diminuído pela utilização de Verapamil no seu preparo, associado a outras medidas. Só estudos tardios a longo prazo (acima de 8 anos) poderão confirmar a durabilidade da AR, observando-se a desaparição ou não dos espasmos e a progressão ou não das alterações das suas camadas média e íntima.