Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 360
Quantificação de Insuficiência de Bioprótese Mitral ao Ecocardiograma
Transesofágico
Cláudio H Fischer, Orlando Campos Fo, Edgar Bezerra de Lira Fo,
Valdir A Moisés, José M A Sousa, José L Andrade
Escola Paulista de Medicina - UNIFESP, São Paulo - SP
Fundamento: O ecocardiograma transesofágico (ETE) pode ser uma opção menos
invasiva que o cateterismo cardíaco (Cate) para quantificação de insuficiência mitral
(IM) em biopróteses.
Objetivo: Determinar a capacidade de diferentes métodos de quantificação de IM
ao ETE em pacientes com disfunção de bioprótese mitral, na caracterização de IM
expressiva, com interesse cirúrgico.
Delineamento: estudo retrospectivo.
Material e Métodos: Foram avaliados 15 pacientes, divididos em 2 grupos conforme a
presença ou não de IM expressiva (grau importante) ao Cate. Havia 8 casos de rotura, 11
com fibrocalcificação dos folhetos, e 1 caso com deiscência parcial do anel de sutura
da bioprótese. A origem do jato regurgitante era paraprotética em 1 caso e
transprotética em 14 casos; a sua distribuição era central em 4 e excêntrica em 11,
sendo 5 livres e 6 murais. A IM ao ETE foi quantificada pelos seguintes métodos:
avaliação subjetiva do jato ao mapeamento de fluxo em cores, avaliação objetiva com
base na área absoluta do jato regurgitante e na sua área relativa (área do jato/área
do átrio esquerdo), e avaliação baseada na presença de fluxo sistólico reverso em
veia pulmonar.
Resultados: Observou-se concordância estatisticamente significante (p<0,01)
entre IM expressiva ao Cate e ao ETE com base na avaliação subjetiva, na presença de
fluxo sistólico reverso e na área absoluta. A avaliação pela área relativa não
mostrou concordância significante com o Cate quando empregado nível de corte para IM
expressiva de 35%, estabelecido para valvas nativas, com nítida subestimação ao ETE.
Entretanto, revelou-se concordante (p<0,01) quando utilizado nível de corte de 30%,
proposto em nosso estudo.
Conclusão: A disfunção de bioprótese mitral com IM expressiva ao Cate pôde ser
caracterizada objetivamente ao ETE quando a área relativa do jato foi igual ou superior a
30%, associada ou não à presença de fluxo sistólico reverso em veia pulmonar.
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