Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 365

Morbi - mortalidade do teste ergométrico em regime ambulatorial

Washington B. Araujo, Luiz Carlos P. Godinho, Ruth Maria D. Batista, Ricardo A. G. Alonso, Cristina F. Amorim.

CECARD - Centro de Estudos do Cardiolab - Niterói - RJ

 

Fundamento: O teste ergométrico (T.E.) é o exame de escolha no início da investigação da doença arterial coronariana (D.A.C.), principalmente por seu excelente perfil de risco/benefício.

Objetivo: Estabelecer a morbi-mortalidade do teste ergométrico na sua realização em regime ambulatorial.

Delineamento: Os autores realizaram um estudo retrospectivo abrangendo todos os testes ergométricos realizados no período de 1980 a 1996.

Material e métodos: Foram avaliados 239.383 pacientes em testes consecutivos em esteira, sendo em Protocolo de Bruce (93,47%) ou de Naughton (6,53%) de acordo com as condições dos pacientes, sendo todos sintoma limitados. A grande maioria dos exames foram realizados para investigação da D.A.C., porém foram avaliados também portadores de cardiomiopatias, valvopatias (inclusive prolapso da valva mitral) e assintomáticos que se submeteram ao T.E. com a finalidade de realizar "check-up. Não houve caso de avaliação pós-I.A.M. com período inferior a 30 dias depois do evento.

Resultados: Do total de eventos ocorridos observamos um óbito, 08 casos (0,003%) de I.A.M., sendo 2 durante o esforço e 6 nos pós-esforço imediato (até 30min.). Em 3 desses casos de I.A.M. o T.E. não mostrou alterações no E.C.G. compatíveis com isquemia miocárdica. Houve 29 casos de pacientes que chegaram ao laboratório no transcurso de um I.A.M. e não foram submetidos ao teste.

Em relação às marcadas alterações do ritmo observou-se 8 casos (0,003%) de fibrilação ventricular, sendo necessária a cardioversão em 07 pacientes. Ocorreram 62 casos (0,02%) de fibrilação atrial dos quais em 38 (61%) houve reversão espontânea. Em 20 casos (32%) a reversão se fez imediatamente após o uso de drogas e 4 casos (7%) necessitaram de internação hospitalar. De todos os casos com resposta hipertensiva ao esforço em 61 (0,02%) houve necessidade de uso de drogas. Ocorreu um caso de A.V.C. com hemiplegia esquerda sem alteração hipertensiva.

Ocorreram 12 casos (0,005%) de crise asmática e houve 6 casos (0,002%) de queda da esteira com pequenas escoriações.

Conclusão: O T.E. mostra-se um exame de baixa morbi-mortalidade na sua aplicação ambulatorial, desde que sejam respeitadas as contra-indicações e os critérios usuais de interrupção do teste.