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Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 374
Uso de betabloqueador na fase aguda do infarto: estudo de 86 casos.
Manuel Markman, Mário F. Lins, Airton Arruda, Giovanni A. Saraiva, Maria
Conceição Falcão, Brivaldo Markman Filho.
Unidade Coronária - Hospital Agamenon Magalhães - SUS, Recife - PE
Fundamento: Estudos sobre o uso de betabloqueador (BB) via oral, na era
pré-trombolítca, não demonstraram melhor evolução dos pacientes na fase aguda do
infarto (IAM). É consenso o benefício a longo prazo do uso de BB em pacientes (pcts)
infartados, sendo discutível sua eficácia na fase intra-hospitalar do IAM, quando
administrado por via oral.
Objetivo: Avaliação intra-hospitalar de pcts com IAM, em uso de BB via oral,
quanto ao aparecimento de: angina / isquemia recorrente, reinfarto e arritmias.
Delineamento: Ensaio clínico.
Pacientes e Métodos: Estudo de 86 pcts com IAM, de 04/96 a 03/97, divididos em 2
grupos: grupo I (43 pcts em uso de atenolol - 100 mg dose máxima) e grupo II (43 pcts sem
BB). Critérios de inclusão: IAM Q ou não Q, nas primeiras 48 horas de sintomas.
Critérios de exclusão: contra-indicação para uso de BB e indicação formal para BB
injetável. A análise estatística utilizou os testes Mantel Haenzel e Fisher Exact. Os
grupos não demonstraram diferenças estatísticas significantes quanto a idade, sexo,
HAS, diabete mellitus, IAM prévio, uso de trombolíticos, aspirina e inibidor de ECA, uso
prévio de BB, Killip class de entrada, fração de ejeção (ECO), doença multiarterial
e localização do IAM.
Resultados:
|
Arritmia |
p |
Angor/reinfarto |
p |
Morte |
p |
Grupo I |
02 |
|
05 |
|
01 |
|
Grupo II |
12 |
0.003 |
09 |
0.24 |
03 |
0.61 |
Houve hipotensão em 14 pcts (32.5%)do grupo I e em 02 do grupo II (p=0.009), sendo
observado necessidade de redução de dose em 17 pcts (39.5%) e suspensão do BB em 04
(11.6%) por efeitos colaterais.
Conclusão: O uso de betabloqueadores por via oral no IAM, mostrou segurança e
eficácia no controle de taquiarritmias, mas não diminuiu os eventos isquêmicos
recorrentes durante a fase intra-hospitalar.
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