Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 376

Segurança da Associação de Betabloqueador(BB) e Inibidor de Enzima de Conversão da Angiotensina(IECA), no tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio(IAM).

Nora P. Fernandez Prada, Rui F. Ramos, Carlos Gun, Ari Timerman, Leopoldo S. Piegas, José Eduardo M.R. Sousa.

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia . São Paulo . SP.

 

Fundamento: Embora isoladamente BB e IECA têm demonstrado benefícios em pacientes com IAM, a eficácia de sua associação, bem como a sua segurança são desconhecidos.

Objetivo: Avaliar a segurança na administração da associação BB+IECA em pacientes com IAM.

Delineamento: Estudo prospectivo.

Pacientes: Foram avaliados 51 pacientes, 22,1% de 230 admitidos na Unidade Coronária com IAM no período de janeiro/96 a janeiro/97.

Métodos: Avaliamos a evolução clínica, complicações e doses toleradas da associação de BB e IECA. Procurou-se sempre utilizar as doses clinicamente preconizadas.

Resultados: Dos 51 pacientes, 15(29,5%) iniciaram com BB endovenoso, seguido de BB oral e 36(70,5%) iniciaram com BB oral. O BB foi iniciado nas primeiras 24 horas em 37(72,5%)e nos restantes ainda dentro da primeira semana de internação. As doses de IECA foram ajustadas a partir de doses baixas, elevando-as gradativamente, sendo que em 37(72,5%) seu uso foi iniciado nas primeiras 48h e em 16(27,5%), após 48h. As medicações foram diminuídas em 11(21,5%), BB em 5(9,8%), IECA em 4(7,8%) e ambas em 2(3,9%). As medicações foram suspensas isoladamente em 21(41,1%), BB em 12(23,5%), IECA em 6(11,7%) e ambas medicações em 3(5,8%). As complicações com BB foram: hipotensão, insuficiência cardíaca e bradicardia; com IECA: hipotensão, insuficiência renal aguda e reação alérgica. Tiveram alta hospitalar fazendo uso de ambas medicações 30(58,8%).

Conclusão: Neste estudo a associação BB e IECA foi segura e tolerada por 60% dos pacientes. Em 40% foi necessário a suspensão de uma das drogas ou de ambas (raramente) devido aos efeitos colaterais.