Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 382

Correlação entre aspectos morfológicos da placa coronária na síndrome isquêmica estável e instável

Wagner I. Pereira, G. Bellotti, F. Pileggi

InCor - HCFMUSP

 

O objetivo deste estudo foi comparar a composição celular das placas ateroscleróticas coronárias de pacientes com angina estável e instável, bem como correlacionar os achados histológicos com a apresentação clínica. Estudamos 48 pacientes, que foram submetidos à aterectomia coronária para tratamento da doença coronária: 23 pacientes com angina estável (Grupo I), 14 pacientes com angina instável, porém sem dor em repouso no mês que precedeu a aterectomia (Grupo III). A presença de trombo e cristais de colesterol, bem como a proliferação de células musculares lisas foi estudada utilizando técnicas padronizadas para esta finalidade. Anticorpos monoclonais utilizados para identificar células musculares lisas e macrófagos nos fragmentos de placa aterosclerótica. Trombo recente foi mais frequente no Grupo II (64%) em relação ao Grupo I (22%) e III (27%) p<0.015. Cristais de colesterol estavam significativamente associado com a presença de trombo (p<0.0006). O padrão de intensa proliferação de células musculares lisas foi também correlacionado com a presença de trombo. Este padrão estava presente em 30% dos pacientes do Grupo I, 64% do Grupo II e em todos do Grupo III. Este estudo confirma que a presença de trombo, cristais de colesterol e macrófago são mais frequentes em pacientes com angina instável comparado aos pacientes com angina estável. A presença intensa de proliferação de células musculares lisas em pacientes com angina instável e com dor em repouso sugere episódios de rotura de placa o que poderia explicar os sintomas.