Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 393

Infarto Agudo do Miocárdio: As Mulheres Morrem Mais ?

Lúcia Pimenta, Roberto Bassan, Alfredo Postch, André Volschan, Hélio Migon, Aparecida Souza

Hospital Pró-Cardíaco -PROCEP, Rio de Janeiro - RJ

 

Fundamentos: A mortalidade hospitalar do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) em mulheres é o dobro da dos homens; entretanto, estudos demonstram que após ajuste para idade esta diferença deixa de existir. Objetivos: Verificar se o ajuste para idade e para outras variáveis demográficas e clínicas faz com que o sexo feminino se mantenha como uma variável independente relacionada com a mortalidade hospitalar no IAM. Métodos: Estudo prospectivo com 539 pacientes (pts) consecutivos internados com IAM em hospital emergencial no período Jan 91/Dez 92 e Nov 93/Dez 95. Idade = 64,6 + 13,0, mulheres = 144 (26,7%)

Resultados: Mortalidade global = 13,1%; nos homens = 9,6%, nas mulheres = 22,9% (Risco relativo = 2,4, p< 0,0001). Mortalidade ajustada para idade: homens = 12,1%, mulheres = 16,1% (p = 0,0006). Após ajuste para as variáveis que se seguem, a diferença na taxa de mortalidade por sexo permaneceu estatisticamente significativa: Hipertensão, Infarto prévio, Diabetes, Fumo, Infarto anterior, Infarto inferior, Infarto lateral, Infarto sem Q e Classe Killip.

Conclusões: 1) A mortalidade hospitalar nas mulheres com IAM foi 2,4 vezes maior que a dos homens. 2) Após ajuste para idade e para outras variáveis clínicas e demográficas, a mortalidade hospitalar das mulheres permaneceu significativamente maior. 3) A variável sexo pode ser considerada como uma variável independente e líquida no determinismo da mortalidade hospitalar no IAM.