Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL  406

Angioplastia coronária na angina instável

Roselei Graebin, Norberto T Duda

Faculdade de Medicina-Universidade de Passo Fundo

Hospital São Vicente de Paulo - Passo Fundo/RS

 

Objetivo: Avaliar os resultados clínicos obtidos nos pacientes com angina instável submetidos a angioplastia coronária.

Pacientes e Métodos: De 1989 a 1996 87 pacientes com angina instável (AI) foram submetidos a angioplastia e destes, 39 foram acompanhados em média por 43 meses. Destes 23% eram femininos, 77% masculinos e a idade média era 57,4 anos.

Resultados: Houve sucesso do procedimento em 71 pacientes (82%), e insucesso em 16 (18%), sendo não dilatados 9(10%), infarto em 6(7%) e 1(1%) óbito; nenhum paciente foi submetido a cirurgia de urgência. Dos 39 pacientes acompanhados 23(59%) estavam assintomáticos, 2(5%) apresentavam angina classe I, 7(18%) classe II, 4(10%) classe III e 3(8%) classe IV e houve 1 óbito de origem cardíaca. Estavam em uso de diltiazem 180mg e AAS 100mg 22(56%) e sem medicação 5(13%), os restantes nitrato ocasionalmente.

Discussão: Na angina instável a mortalidade hospitalar está entre 2 e 8% e a probabilidade de infarto é de 12%. Estudos não demonstraram modificação na história natural com o uso de beta-bloqueador ou antagonista do cálcio. A literatura refere mortalidade na angioplastia de 1,5% e sucesso primário de 80 a 90%, com 4% de infarto e 4% de cirurgia de urgência. Na evolução tardia 60% dos pacientes permanecem assintomáticos. Verifica-se então que os pacientes submetidos a angioplastia coronária têm menor mortalidade e menor evolução para infarto. No nosso grupo de pacientes o índice de sucesso da angioplastia, a mortalidade e a classe funcional foram muito boas mesmo na evolução tardia e levando-se em consideração que a morfologia das lesões eram do tipo B.

Conclusões: A angioplastia coronária na angina instável é um método de revascularização miocárdica que reduz a incidência de infarto e morte, melhorando a classe funcional e reduzindo o uso de medicação anti-anginosa.