Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 414

Assistência Circulatória com o Balão Intra-Aórtico (BIA)

Wagner Michael Pereira, José Dario Frota Filho, João Alberto Roso, Carlos Sodré Santos, Luiz Alfredo Jung, Fernando Antonio Lucchese.

Hospital São Francisco de Cardiologia e Transplantes-Porto Alegre-RS

 

Objetivos: Avaliar as indicações e o desempenho do BIA implantado em 96 pacientes consecutivos.

Delineamento: Estudo clínico retrospectivo não randomizado.

Material e Métodos: No período de 06/1992 a 07/1996 foram implantados n= 96 BIA no Hospital São Francisco, sendo 84 em pacientes na desconexão da circulação extra-corpórea (CEC), 2 em angioplastias (ACTP) de alto risco e 10 no pré-operatório de cirurgia cardíaca. O sexo masculino predominou com 68% (2,4:1), a idade dividida em 3 grupos; £ 29 anos n=2 (2,0%), 30 a 59 anos n=45 (46,8%) e ³ 60 anos n=49 (51,0%) sendo 21 (21,8%) acima de 70 anos. A distribuição por patologias foi: cardiopatia isquêmica n=39 (40,6%), valvulares n=23 (24,7%), isquêmicos e valvulares n=13 (13,5%), miocardiopatias n=7 (07,2%), complicações do infarto agudo do miocárdio (IAM) n=7 (07,2%), patologias da aorta n=4 (04,1%) e ACTP de alto risco n=2 (02,0%). Quanto à fração de ejeção por cateterismo (n=71): <20% n=8 (11,0%), entre 20 e 39% n=20 (28%), 40 e 59% n=22 (31,0%) e >60% n=21 (30,0%). Os tempos de CEC variaram entre 57 a 247 minutos (min), com mé-dia de 111,2 min nos isquêmicos, 134,0 min nos valvulares, 92,2 min nas mio-cardiopatias, 111,1 min nas complicações do IAM, 139,8 min nos isquêmicos e valvulares e 154,3 min nas patologias da aorta.

Resultados: A alta hospitalar foi obtida em 77,7% dos casos em 1992, 80,0% em 1993, 95,2% em 1994, 65,6% em 1995 e 52,6% em 1996, sendo 90 pacientes (93,0%) desconectados da assistência pelo BIA. A mortalidade global foi de 26,4% (25 casos) e por sub-grupos: isquêmicos 28,0%, valvu-lares 20,0%, isquêmicos e valvulares 16,0%, complicações do IAM 16,0%, miocardiopatias 08,0%, patologias da aorta 04,0%, ACTP 04,0% e embolia pulmonar maciça 04,0 %. As complicações com o implante foram n=9 (9,3%): pseudoaneurisma de femoral 3/9 (33,3%), sangramento 2/9 (22,2%), infecção 3/9(33,3%),isquemia transitória 2/9(22,2%)e amputação 1/9(11,1%).

Conclusões:O BIA se mostrou eficaz nos pacientes com dificuldades na saída de CEC, permitiu a estabilidade hemodinâmica nos casos em baixo débito candidatos à cirurgia cardíaca e naqueles submetidos a ACTP de alto risco.