Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 416

Acesso Restrito para Cirurgia da Valvula Aórtica

Wagner Michael Pereira, José Dario Frota Filho, Luiz Alfredo Jung, João Alberto Roso, Carlos Sodré Santos, Fernando Antonio Lucchese.

Hospital São Francisco de Cardiologia e Transplantes-Porto Alegre-RS

 

Fundamento: Cosgrove e cols propuseram uma nova abordagem para tratamento cirúrgico da válvula aórtica (VAo)por incisão para esternal direita.

Objetivos: Apresentar a técnica do acesso restrito para a cirurgia da VAo e analisar suas vantagens e desvantagens em relação à cirurgia tradicional.

Delineamento: Estudo de série de casos.

Material e Métodos: Entre julho e dezembro de 1996 foram selecionados 2 grupos de pacientes dentro dos seguintes critérios: idade entre 25 e 70 anos, fração de ejeção > 40%, longilíneos e com patologia exclusiva da VAo. No grupo A os pacientes foram tratados pela técnica cirúrgica convencional (n = 16) e no grupo B pela técnica de Cosgrove III (n = 7). Os dois grupos foram pareados quando à idade, tipo físico, patologia e cirurgia realizada.

Resultados: Pacientes do grupo A, com CEC entre 49 e 134min (média 67,50± 19,71), pinçamento aórtico 33 a 77min (média 46,50± 10,67), sangra-mento na cirurgia entre 100 e 1180ml (média 528,81± 297,36), sangramento no pós operatório 240 a 970ml (média 509,69± 193,48). Tempo de ventilação controlada entre 5 e 32 horas (média 15,56± 5,76), 7 pacientes (43,75%) não apresentaram complicações e a alta hospitalar variou entre 6 a 19 dias (média 10,25± 4,23). No grupo B, CEC entre 75 e 123min (média 96,71± 19,74), pinçamento aórtico 50 a 83min (média 63,0± 12,81), sangramento na cirurgia entre 300 e 728ml (490,28± 180,70), no pós operatório 310 a 1270ml (média 688,57± 309,59). A ventilação controlada permaneceu entre 6 a 19 horas (média 12,43± 5,03), 3 pacientes (42,86%) não apresentaram complicações e a alta hospitalar entre 6 e 24 dias (média 11,86± 7,99).

Conclusões: Apesar da população na amostra ser pequena há uma tendência para: 1) o tempo de CEC e de pinçamento aórtico são maiores no grupo B. 2) o sangramento na cirurgia e no pós operatório é menor no grupo B. 3) o tempo de ventilação controlada é maior no grupo A. 4) as complicações pós operatórias foram iguais nos dois grupos (43,75% versus 42,86%). 5) o período de internação hospitalar tende a ser menor no grupo B. 6) a nova técnica cirurgica é factível com segurança semelhante à técnica convencional.