Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 417

Carlos D.A. Ferreira, Celso Blacher, João C. Goldani, Paulo E. Leães, Luiz A. Jung, Fernando A. Lucchese

Hospital São Francisco - Santa Casa de Porto Alegre, P. Alegre, RS

Fundamento: O Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Porto Alegre mantém 226 pacientes em hemodiálise ou diálise peritoneal ambulatorial crônica. A principal causa de óbito destes pacientes é de origem cardiovascular e muitos necessitam cirurgia cardíaca. Apesar de serem pacientes graves, estas cirurgias são realizadas rotineiramente com baixo risco.

Objetivos: Apresentação dos resultados de um grupo de 9 pacientes portadores de insuficiência renal crônica em hemodiálise submetidos a cirurgia cardíaca no Hospital São Francisco - Santa Casa de Porto Alegre.

Delineamento: Estudo de série de casos

Pacientes: Foram estudados retrospectivamente 9 pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC), em hemodiálise submetidos a cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea no período de 1990 a 1996. Todos eram homens, com idade de 48+14,4 anos, com tempo de diálise de 11+17,2 meses, sendo 6 submetidos a revascularização miocárdica e os demais a cirurgia valvular.

Métodos: Foram estudados: a mortalidade, a incidência de acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio (IAM), infecção respiratória (IR), tempo de ventilação mecânica, tempo de clampeamento, volume de sangramento cirúrgico, volume de reposição sanguínea, tempo de internação na UTI.
Resultados: Houve apenas um óbito, tardio, por obstrução intestinal e sépsis abdominal, um AVC isquêmico, 1 IAM, 1 IR. Nenhum paciente necessitou ventilação prolongada, o tempo de clampeamento foi 43+ 20,7 minutos, o volume de sangramento foi de 824+321,8 ml, a reposição sanguínea foi 2,4+1,7 unidades de concentrado de hemáceas, a permanência em UTI foi de 5,5+3,9 dias.

Conclusões: A cirurgia cardíaca pode ser realizada em pacientes renais crônicos, em hemodiálise com baixa morbidade e mortalidade.