Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 419
Aspectos Clínicos da Anatomia da Valva Parietal do Seio Coronário
Richard H. Cabral1,2; José C.Prates Filho1; Marcelo Matsuda2:
Luís A. O. Dallan2; Nadir E. V. B. de Prates,1,2; Trieste Smanio1,2.
1 Departamento de Anatomia do ICB-USP, 2Faculdade de Medicina da
USP.
Fundamento: O desenvolvimento da cirurgia cardíaca tem levado a uma maior
utilização da cardioplegia retrógrada. A existência de estruturas anatômicas como
válvulas venosas no interior do seio coronário poderiam provocar dificuldades na
utilização desta técnica.
Objetivo: No intuito de melhor conhecer as eventuais válvulas no interior do seio
coronário, decidimos estudá-las sob o ponto de vista macroscópico e morfométrico,
tratando de estabelecer una correlação funcional.
Delineamento: Estudo da anatomia macroscópica e morfometria da valva parietal do
seio coronário em corações pos-mortem.
Material: Utilizamos 40 corações pos-mortem, retirados de indivíduos adultos de
ambos sexos, selecionados em caucasianos e não-caucasianos, com idade variando de 17 a 80
anos. Os corações estudados não apresentavam patologias macroscópicas.
Métodos: Estes foram dissecados sob microscópio cirúrgico. Examinamos a
frequência, o tamanho e o número de cúspides das valvas do seio coronário, exceto a
valva ostial, bem como o calibre do seio no local das válvulas. A área de cada válvula
foi também calculada com a ajuda de um sistema de análise de imagem computadorizado.
Resultados: Encontramos uma válvula parietal em 34 (85%) dos corações. Estas
apresentavam tres cúspides em 2 (6 %) casos, duas cúspides em 11 (33 %) e uma cúspide
em 20 (61 %) dos casos. O comprimento do seio coronário foi em média 50,59 mm e a
distribuição das valvas ao longo do seu curso foi de 52 % no seu terço distal , 42 % no
terço médio e 6 % no seu terço proximal.
Conclusões: A presença e as características morfológicas da valva parietal do
seio coronário sugerem que em alguns casos esta possa representar um obstáculo à
infusão da solução durante a cardioplegia retrógrada.
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