Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 424

Dissecção Minimamente Invasiva da Veia Safena para Obtenção de Enxerto Venoso na Cirurgia de Revascularização do Miocárdio

Paulo M. Pêgo-Fernandes, Ricardo R. Dias, Fabio B. Jatene, Adib D. Jatene

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP, São Paulo, SP

 

Fundamento: A cirurgia minimamente invasiva é uma tendência atual que visa um menor traumatismo cirúrgico ao paciente, com recuperação mais imediata e de menor morbidade.

Objetivo: O objetivo deste estudo é relatar nossa experiência inicial com a obtenção de enxerto venoso para a cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) de forma minimamente invasiva.

Delineamento: Trata-se de um estudo prospectivo.

Material: Foram estudados 10 pacientes, sendo 7 do sexo masculino, com idade entre 51 e 80 anos (média 66), submetidos à CRM que necessitaram de um total de 38 enxertos (média 3,8), sendo 10 enxertos arteriais e 28 venosos (veia safena magna).

Métodos: A dissecção da veia safena magna iniciou-se na perna, próximo ao maléolo, com sentido proximal, em direção à coxa. A técnica consistiu na dissecção por incisões mínimas na pele (3cm) sobre o trajeto anatômico da safena, repetidas a intervalos variados (10 a 12cm). Para a liberação da veia sob a pele foram utilizados instrumentos apropriados como afastadores longos, liga clip e ótica para iluminação. Para avaliação do membro inferior onde a veia foi dissecada, foram levados em consideração os seguintes sinais e sintomas: dor, edema, hematoma, parestesia, infecção, drenagem de secreção, deiscência e necrose de borda de pele.

Resultados: Obteve-se segmentos apropriados de safena de 30 a 65cm (média 45cm) através de 2 a 4 incisões mínimas na pele. A evolução do membro inferior foi satisfatória em todos os casos, com redução do edema, da dor, do hematoma peri-incisional, com boa cicatrização em todos os casos. Não houve mortalidade no grupo operado.

Conclusões: A técnica proposta ainda requer maior amostragem, porém é exequível e causa menor trauma ao paciente, possibilitando recuperação para deambulação mais precoce, com menos complicações que a técnica convencional e efeito cosmético superior.