Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 426

Cirurgia de Coronaria Sem Circulação Extra Corpórea (CEC)

João Alberto Roso, Fernando A. Lucchese, Wagner M. Pereira, José Dario Frota Filho, Edison Roswag, Manuel Quintanilha.

Santa Casa de Misericórdia(SCMP)-Pelotas-RS

Hosp. S. Francisco de Cardiologia e Transplante(HSF)-Porto Alegre-RS

 

Fundamento: A cirurgia de coronaria sem CEC é um método seletivo, porém de resultados animadores. Estimulados por trabalhos da literatura optamos por incorporá-lo ao nosso armamentário cirúrgico.

Objetivo: Avaliar os pacientes operados sem CEC por uma equipe de cirur-gia cardíaca da SCMP e a experiência individual de um dos autores no HSF.

Delineamento: Estudo de série de casos.

Pacientes: Estudamos retrospectivamente 320 pacientes coronariopatas operados num período de 25 meses (até 31/03/97); destes, 73 (22,8%) foram revascularizados sem uso da CEC. O sexo predominante foi o masculino (47 casos: 64,4%) e as idades variaram de 35 a 82 anos (média 60).

Métodos: Foram estudados o número de pontes, tipos de enxertos, táticas operatórias (com ou sem perfusão coronariana seletiva), tempo de isquemia, artérias revascularizadas, óbitos hospitalares, infarto agudo do miocardio (IAM), emprego de hemoderivados e permanência hospitalar pós operatória.

Resultados: Foram realizadas 140 pontes (média: 1,91 pontes/paciente) com enxertos de artéria mamária interna esquerda (48 pontes) ou veia safena magna (92 pontes), de forma isolada ou sequencial. Empregamos duas dife-rentes táticas: com perfusor (36 pontes) ou sem perfusor (104 pontes) distal na coronaria. Quando não utilizamos o perfusor os tempos de isquemia variaram de 4 a 19 minutos (média 9). Revascularizamos principalmente as artérias de melhor acesso cirúrgico (DA: 71 pontes; Dgs: 17 pontes; CD ou ramos: 42 pontes), mas também revascularizamos artérias da face posterior (MgCx: 10 pontes). Tivemos 2 óbitos hospitalares (2,7%), 1 de causa cardio-lógica, e 3 casos de IAM (4,1%), 2 na parede anterior e 1 na parede septal. Sòmente 20 pacientes (27,8%) necessitaram hemotransfusão (média: 0,6U/ paciente). O período médio de internação pós operatório foi de 5,4 dias.

Conclusão: A revascularização do miocardio sem CEC constitui-se numa excelente opção tática para grupos selecionados de pacientes, podendo ser executada com baixa morbidade e mortalidade, principalmente nos casos de maior risco à cirurgia convencional.