Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 428
O Uso da Artéria Radial na Ampliação do Uso de Enxertos Arteriais na
Revascularização do Miocárdio: Aspectos Anatômicos e Cirúrgicos.
Luís A. O. Dallan, Sérgio A. Oliveira, Richard H. Cabral, Carlos A. C. Abreu
Filho, José C. R. Iglésias, Adib D. Jatene.
Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
(InCor-HCFMUSP), São Paulo.
Fundamento: A artéria radial (AR) já foi utilizada como um enxerto alternativo
na revascularização miocárdica há algum tempo. Alguns anos depois, esse enxerto foi
abandonado devido sua alta incidência de estreitamento ou oclusão do vaso
(Ann.Thorac.Surg., 1973; 16:111-21). Com o advento dos bloqueadores de canal de cálcio e
a melhora da técnica cirúrgica, esse enxerto voltou a ser utilizado.
Objetivo Nosso objetivo é verificar os aspectos morfo-funcionais da AR e observar
seu comportamento como enxerto em pacientes revascularizados.
Delineamento: Estudo prospectivo de pacientes submetidos à revascularização
miocárdica utilizando a AR e estudo de anatomia microscópica e imunohistoquímica do
vaso.
Pacientes: Pacientes portadores de insuficiência coronariana, com indicação de
tratamento cirúrgico, desde Maio de 1994 até Dezembro de 1996.
Métodos: Revascularização do miocárdio utilizando a AR foi realizada em 512
pacientes. A artéria torácica interna esquerda foi usada em 447 pacientes. Outros vasos
também foram usados: a. torácica interna direita em 93 pacientes, a. gastroepiplóica
direita em 21 pacientes, v. safena magna em 274 pacientes. Os fragmentos de artéria
radial obtidos dos procedimentos cirúrgicos foram processados para microscopia de luz,
microscopia eletrônica de varredura e imunohistoquímica.
Resultados: Não verificamos complicações isquêmicas ou infecciosas no
pós-operatório no membro superior do qual foi extraída a AR. Um estudo angiográfico
precoce de controle foi realizado em 21 pacientes, sendo que desses, apenas um desenvolveu
dissecção da AR durante a realização do estudo angiográfico. Nos outros pacientes a
AR esteve 100% patente. A mortalidade global foi de 3,1% (16 pacientes).
Conclusões: Apesar do enxerto pediculado da a. torácica interna ser considerado a
primeira opção para a revascularização miocárdica, a AR se mostrou um excelente
enxerto alternativo.
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