Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 443

Projeto Dor Torácica: Uma Proposta de Avaliação de Pacientes com Dor Torácica na Sala de Emergência

Mônica Araújo, Roberto Bassan, Lúcia Pimenta, Marcelo Scofano, Marcelo Fabrício, André Volschan, em nome dos Investigadores do Projeto Dor Torácica.

Unidade de Emergência - Hospital Pró-Cardíaco - Rio de Janeiro - RJ

 

Fundamento: Pacientes com dor torácica (DT) são manuseados de maneira não sistematizada, inapropriada e geralmente são hospitalizados para investigação, gerando altos custos.

Objetivo: Determinar a eficiência de um método sistematizado de diagnóstico e de estratificação de risco de Insuficiência Coronariana Aguda (ICA) em pacientes (pts) com DT atendidos na Sala de Emergência (SE).

Métodos: Estudo prospectivo observacional de 136 pts (idade=59,4 +15,7, homens =65% ,D t=7,3 + 5,8h ) com DT nas últimas 12h, atendidos na SE , no período de Nov/96 à Jan/97. Pts foram alocados em rotas de acordo com o tipo de DT (A=Anginosa, B=Provável angina, C=Provável não angina, D=Definitivamente não angina , D1= sem diagnóstico e D2=com diagnóstico) e alterações de ECG ( normal, inespecífico, supra de ST, infra de ST/alteração onda T, BRE), nas quais foram investigados através de enzimas, ECGs e ECOs seriados: Rota 1 = IAM, Rota 2 = Alta probabilidade de AI, Rota 3 = Média a baixa probabilidade de AI, Rota 4 = após o término da Rota 2 e ausência de ICA, Rota 5 = baixíssima probabilidade de AI.

Resultados: Alocação inicial dos pts: Rota 1 = 14,7%, Rota 2 = 41,9%, Rota 3 = 18,4%, Rota 5 = 13,2%, DT tipo D2 = 11%. Dos pts alocados na Rota 1, 89,4% tiveram diagnóstico final de IAM e 52% de AI; na Rota 2 ,15,2% de IAM e 49,1% de AI; na Rota 3 = 0% de IAM e 7,6% de AI. Os demais pts foram diagnosticados como não portadores de ICA.

Conclusões: 1) O modelo de investigação utilizado no recém criado Projeto Dor Torácica através da alocação inicial de pts à determinadas rotas, de acordo com o tipo de dor e o ECG, se mostrou muito eficiente no sentido de estratificar os pts quanto à etiologia da DT. 2) Este modelo permite um manuseio sistematizado e ágil de pts com DT na SE resultando numa maior acurácia diagnóstica, menor duração de investigação,e hospitalização e conseqüentemente menor custo.