Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

TL 448

Detecção de "Stunned Myocardium": Comparação entre Ventriculografia Radioisotópica Associada à Dobutamina e Tálio-201 SPECT.

Augusto Bottega, Fausto H Hironaka, Maria C P Giorgi, Jose Soares Jr, William A Chalela, Jose C Meneghetti.

Instituto do Coração - FMUSP / H. Beneficência Portuguesa - São Paulo - SP

Disfunção ventricular esquerda reversível observada após episódios de isquemia aguda é denominada "stunned myocardium" (SM) e ocorre comumente após reperfusão por trombólise no infarto agudo do miocárdio (IAM). O objetivo deste estudo foi comparar a ventriculografia radioisotópica (VR) associada à dobutamina (DB) e a cintilografia de perfusão miocárdica com Tálio-201 SPECT (CPM) na detecção de SM após IAM trombolisado com sucesso.

Vinte e oito pacientes (pts) foram submetidos à VR em repouso e durante infusão de DB na dose de 10 m g/Kg/min e à CPM segundo o protocolo dipiridamol-redistribuição-reinjeção de 24 horas, 3 a 12 dias após o evento. A VR foi repetida em repouso após 3 meses. A VR mostrou melhora da função ventricular regional após 3 meses - aumento de 5 por cento (5%) da fração de ejeção da área infartada (FAI) em relação ao estudo basal - em 9 pts (Grupo I) enquanto, em 19, não houve melhora da FAI (Grupo II).

No Grupo I, a VR durante infusão de DB mostrou aumento da FAI em 6 pts (Sensibilidade = 66,6%); não se evidenciou aumento da FAI em 17 pts do Grupo II (Especificidade = 89,4%). A melhora da concentração miocárdica relativa do Tálio-201 SPECT correlacionou-se com a recuperação funcional tardia em 7 pts do Grupo I (Sensibilidade = 77,7%), enquanto em 15 pts do Grupo II não se observou aumento da captação do Tálio-201 (Especificidade = 78,9%). A concordância entre os 2 métodos foi de 60,7%.

A VR associada à infusão de DB e a CPM são eficazes em detectar SM. A baixa correlação observada pode ser atribuída aos diferentes mecanismos envolvidos na identificação de viabilidade miocárdica pelas 2 técnicas. A VR associada à infusão de DB identifica SM após trombólise de maneira adequada e pode ser utilizada na avaliação do sucesso da terapia trombolítica como alternativa à CPM, quando esta não estiver disponível.

Apoio FAPESP (Proc. n° 94/4010-8)