Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia

 

TL 452

Reversibilidade da Disfunção Ventricular Esquerda na Insuficiência Mitral Crônica Grave

Antônio S C Rocha, Paulo R Dutra, Nazareth N Rocha, Rita C Villela, Marialda Coimbra, Celso Garcia.

Coordenação Clínica de Pré e Pós-operatório do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital de Cardiologia de Laranjeiras - Rio de Janeiro.

 

Fundamento: Recentemente, foi proposto que pacientes com insuficiência mitral crônica(IM)e diâmetro sistólico final do ventrículo esquerdo(DS) maior que 50mm deveriam ser candidatos à tratamento cirúrgico alternativo devido aos resultados cirúrgicos adversos.

Objetivos: Avaliar os benefícios da intervenção cirúrgica em pacientes com IM e DS = 50mm.

Pacientes: Entre janeiro de 1992 e maio de 1996,11 pacientes(média de idade de 36± 13 anos) com IM e DS = 50mm submeteram-se à cirurgia valvar mitral.

Métodos: Os pacientes realizaram estudo ecodopplercardiográfico antes e 18± 14 meses após a cirurgia No estudo estatístico utilizou-se o teste t de Student, o teste do Qui-quadrado ou teste exato de Fisher,aceitando-se p= 0,05 como significativo.

Resultados: De acordo com o comportamento do DS no pós-operatório formaram-se 2 grupos de pacientes(tabela)

  AE(mm) DD(mm) DS(mm) FE(%) FEC(%)
G1 pré 67± 17 78± 9 56± 2 47± 11 27± 7
pós 61± 10 69± 18 64± 16 15± 16 7± 4
p 0,61 0,19 0,36 0,007 0,008
G2 pré 69± 6 78± 5 57± 5 48± 5 27± 4
pós 55± 7 60± 7 42± 4 50± 5 29± 4
p 0,01 0,0002 0,0001 0,47 0,40

Não foi encontrado nenhum dado clínico ou ecocardiográfico no pré-operatório que diferenciasse os dois grupos de pacientes.

Conclusão: DS = não é preditor de pior prognóstico após a correção cirúrgica da IM e, portanto, não contra-indica a cirurgia valvar.