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Temas Livres do LIII Congresso Brasileiro de Cardiologia
TL 464Psicossomática e Cardiopatia Claudia S.S. Santos, Cynthia Sellig, Elise M. Parcianello, Luciana Silva, Patricia P.Ruschel. Serviço de Psicologia - Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/FUC. Porto Alegre, RS
O paciente com cardiopatia isquêmica pré e pós-cirúrgico expressa uma falha na relação objetal. A psicossomática representa a regressão mais profunda e primária do ser, dotada de pouco valor simbólico, poucas satisfações substitutivas, sendo vista como o verdadeiro emissário do instinto de morte (Mc Dougal, 1989). O objetivo deste trabalho é estudar o paciente portador de cardiopatia isquêmica pré e pós-operatório nos seus aspectos psicológicos, ou seja, a relação mãe-bebê destes pacientes, assim como suas relações como grupo de iguais (cardiopatas). Trata-se de estudo exploratório, com o problema formulado a partir da literatura e contato com pessoas que conheçam o problema. Utilizamos uma amostra de 10 pacientes (05 masculinos e 05 femininos) submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio. Sendo critério para inclusão: diagnóstico de cardiopatia isquêmica, com indicação de cirurgia de ponte de safena, sem qualquer outra doença associada (diabetes, insuficiência renal, etc.), com idades variando entre 40 e 65 anos, independente de cor, escolaridade, religião, nível sócio-econômico. Foi aplicado um protocolo com os dados a serem investigados e a aplicação de 05 lâminas do teste TAT (Teste de Apercepção Temática). O levantamento do material coletado apresentou que estes pacientes apresentam falhas na relação mãe-bebê, o que é refletido na idade adulta tanto no adoecimento do coração, como na dificuldade nos relacionamento posteriores da população estudada. Percebeu-se uma carência na elaboração psíquica e usam falha na simbolização. O coronariano apresenta características com tendências agressivas, competitivas, que podem ter início na primeira infância. Concluímos que os fenômenos psicossomáticos em resposta a conflitos psíquicos estão relacionados a processos primitivos. O reconhecimento do corpo que adoece é um progresso, pois implica em um reconhecimento também por parte do Eu de que o corpo lhe pertence, ou seja, o psicossoma restabelece sua unidade. |