Betabloqueador na terapéutica da insuficiência cardíaca
Se um agonista beta-adrenérgico aumenta a contratilidade,
deveria-se esperar um benefício de seu uso na insuficiência cardíaca, pelo
aumento na força de contração do músculo cardíaco, por outro lado,
qualquer droga que inibisse os receptores beta-adrenérgicos deveriam piorar a
insuficiência cardíaca, este foi o pensamento até os primeiros anos da
década de 80. Quando Jay Cohn e colegas publicaram, que pacientes com ICE com
altos níveis plasmáticos de norepinefrina tinham uma insuficiência
cardíaca mais grave, e um pior prognóstico em comparação com pacientes com
baixos níveis plasmáticos de norepinefrina, este pensamento mudou, e a
hipótese de que o aumento da resposta adrenérgica era muito mais uma
resposta de má adaptação do que uma resposta adaptativa em pacientes com
insuficiência cardíaca passou à ser muito estudada.
O estudo em insuficiência cardíaca US Carvedilol,
publicado em 1996, e os estudos da Austrália/Nova Zelândia, publicados em
1997, com aproximadamente 1400 pacientes usando uma droga com propriedades
alfa-adrenérgica e de bloqueio beta-adrenérgico, o carvedilol, emadição ao
tratamento convencional de insuficiência cardíaca (diurético, digoxina,
inibidor da enzima de conversão), mostrou um significativo benefício no uso
desta droga em relação a mortalidade. Mais recentemente, o estudo CIBIS-II,
em qual o bisoprolol era administrado para 2600 pacientes, e o estudo MERIT
com 3900 pacientes usando doses crescentes de Metoprolol, têm confirmado que
o uso de beta-bloqueador, em adição a terapia convencional de insuficiência
cardíaca, reduz morbidade e mortalidade. Os estudos com carvedilol, o estudo
MERIT, e o estudo CIBIS II, têm revelado uma redução significativa de morte
em pacientes com fração de ejeção abaixo de 30% que eram tratados com
beta-bloqueador. Devido a avaliação preliminar de ética do estudo
COPERNICUS, este foi suspenso, devido à uma redução de mais de 35% na
mortalidade, com o uso de Carvedilol na ICC classe IIIb e IV.
A recomendação da Sociedade Americana de Insuficiência
Cardíaca é que beta-bloqueador deveria ser iniciada com a menor dose
efetiva, iniciando em pacientes estáveis, usando doses com intervalo de 12
horas, com alguns grupos sugerindo que se diminua o intervalo entre as doses,
porém sem um conseso ainda. Enfim, o consenso do uso de beta-bloqueador está
formado e deve ser usado por todos os médicos que tratam pacientes com
insuficiência cardíaca.
Bibliografia: