Bloqueadores do complexo glicoproteico IIB/IIIA devem ser
utilizados de rotina na angioplastia primária
Dr Constantino mostrou a evolução no tratamento do IAM,
mostrando uma redução na mortalidade de 40% para 0,8% da era pré-UTI em
relação a era pós-stent.
Mostrou algumas vantagens da ACTP em relação aos
fibrinolíticos: maior incidência de fluxo TIMI 3, menor estenose residual,
menor incidência de reoclusão, menor dilatação do VE com melhor
cicatrização. Porém, um dos problemas persistentes da ACTP era a reestenose.
Mostrou dados mostrando que pacientes com TIMI 2 apresentavam
função ventricular mais deteriorada e maior taxa de mortalidade quando
comparado ao TIMI 3 e que a mortalidade no TIMI 2 era semelhante aos pacientes
com TIMI 0 e 1.
Mostrou que os stents diminuiam as complicações imediatas
de reinfarto e isquemia recorrente, porém no estudo PAMI STENT mostrou TIMI 3
menor no grupo stent quando comparado a ACTP.
Citou as principais ações dos antagonistas da GPIIb/IIIa
que agem diminuindo a agregabilidade plaquetária com ação em todos os
sistemas.
Três estudos foram citados ( EPIC, CAPTURE e EPILOG ) onde
compararam Abiciximab versus placebo, que mostrou uma redução na mortalidade
de 35, 29 e 55% respectivamente. No EPILOG foi verificado um benefício
adicional do Abiciximab nos pacientes diabéticos.
No estudo EPISTENT houve uma diminuição na incidência de
morte no grupo Abiciximab+stent, comparado aos grupos ACTP+Abiciximab e Stent+placebo.
No estudo EPILOGSTENT foi visto uma diminuição dos eventos no grupo Abiciximab+heparina
doses standard quando comparado ao grupo que utilizou doses baixas de heparina.
Dr. Constantino ressaltou no final da sua apresentação que
o uso dos agentes bloqueadores da GPIIb/IIIa é o mais importante avanço
terapêutico farmacológico adjunto das intervenções desde o descobrimento da
principal ação da aspirina.
Dr Eduardo Souza começou mostrando dados do estudo PAMI
STENT nos eventos em 30 dias. Somente no item reintervenção o stent mostrou
vantagens sobre a ACTP e que os stents apesar de manterem a artéria aberta por
mais tempo, apresentavam uma maior taxa de mortalidade (3,5% x 1,8%). Este fato
talvez possa ser explicado pela menor incidência de TIMI 3 no grupo stent. Na
análise de 180 dias, quando analisada a função ventricular os 2 grupos
apresentavam índices semelhantes, mostrando que o TIMI 3, neste caso, não se
apresentou como uma variável isolada importante na fração de ejeção.
Comentou da importância do myocardial blush na avaliação
da perfusão miocárdica, mostrando que dos 94% dos pacientes que alcançam TIMI
3, somente 28% alcançam TIMI 3 na avaliação do myocardial blush, este fato
deve-se certamente a trmbos e embolia distal.
Comparou 3 grupos de pacientes com fluxo TIMI 3 e diferentes
graus de fluxo myocardial blush. Pacientes com fluxo TIMI 3 na artéria
coronária e na microcirculação (myocardial blush) tinham mortalidade de 4,5%,
já os pacientes com fluxo TIMI 3 na art. Coronária e 1 na microcirculação
apresentavam mortalidade de 12,2%.
Comentou sobre o estudo RAPPORT. Em 30 dias o grupo
Abiciximab mostrou vantagens no óbito, reinfarto e nova reintervenção. Porém
em 6 meses não apresentou a mesma vantagem.
O grupo de estudo NEUNMAN foi observado que o grupo controle
apresentava taxas de complicações muito altas e que as análises devem ser
avaliadas criteriosamente.
No levantamento nacional das ACTP 1a com stent no
Brasil, mostrando que dos 2485 procedimentos, 11% foram realizados com
abiciximab, sem diferenças nos resultados, porém o único dado com uma
diminuição significativa foi o reinfarto.
Foi comentado que há 18 trabalhos citando efeitos adversos
do abiciximab. Em uma metaanálise de estudos que usaram antagonistas GPIIb/IIIa
mostraram que a incidência de AVE hemorrágico não diferiu no grupo placebo e
no grupo da droga ativa.
No estudo TIMI 14 A foi estudado várias formas de
reperfusão, mostrando um baixo índice de reperfusão com SK(30%), tirofiban
(32%). A associação Reopro +SK mostrou 80% de reperfusão, porém com alto
índice de AVE hemorrágico.
No estudo ASSENT-2 mostrou ser que o fibrinolítico de
escolha na terapia com antagonista GPIIb/IIIa deve ser o TNK.
No final da sessão foi comentado a relação
custo/benefício do uso rotineiro dos antagonistas GPIIb/IIIa e discutido onde
deva ser realizado o início da infusão ( sala de emergência x sala
hemodinâmica).
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