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Notícias do LV congresso
SBC
On Line
Doença arterial coronária e inflamação nas placas ateroscleróticas
Inflamação nas placas ateroscleróticas
Marcadores séricos de inflamação na estratificação do risco
coronário
Ativação endotelial, ponte entre inflamação e síndromes
isquêmicas agudas
Aspectos terapêuticos
A visão contemporânea delineia o endotélio como uma interface
dinâmica entre os elementos circulantes no sangue e os tecidos intersticiais. Deste modo,
as células da parede vascular mantém estreita relação com os tecidos circunjacentes,
sendo sensíveis às mudanças do ambiente e reagindo ativamente a cada uma. Estas devem
manter um equilíbrio delicado quando iniciam suas respostas funcionais, seja através da
produção de mediadores anti-inflamatórios como pró-inflamatórios. Na aterosclerose, a
adesão dos monócitos e células T ao endotélio é o evento chave desencadeado por
alguma forma de injúria. Os eventos subseqüentes são a infiltração monocítica da
parede vascular, as alterações no metabolismo lipídico e a ativação destas células
em células espumosas. A presença de um grande número de células espumosas na camada
íntima pode produzir uma concentração elevada de citocinas e fatores de crescimento,
com distúrbio da matriz extracelular, proliferação de células musculares lisas e por
fim, através da ruptura de placa decorrente da produção de substâncias que degradam o
colágeno, a agregação plaquetária na região da estenose.
Baseado nestas evidências laboratoriais e
experimentais, levantou-se a hipótese que o processo inflamatório teria um papel
fundamental na aterogênese e na trombose aguda. Esta hipótese foi corroborada por uma
série de estudos de coorte prospectivos, os quais demonstraram que parâmetros de
atividade inflamatória, (como o fibrinogênio, proteína C reativa e o amilóide A
sérico) assim como moléculas de adesão celular (entre estas, imunoglobulinas como a
ICAM-1), citocinas (como a interleucina-6) e o fator de Von Willebrand estavam elevadas
entre os pacientes de risco para oclusão coronariana no futuro. Há também diversos
estudos sob outros marcadores, como o fator de necrose tumoral alfa. Estes, todavia, ainda
apresentam resultados contraditórios. Além disto, dados provenientes de estudos
clínicos sugerem que a eficácia de drogas como o AAS, os inibidores da HMG-CoA redutase
e mesmo os inibidores da GP IIb, IIIa pode dever-se, pelo menos em parte, de suas
interações como o sistema inflamatório.
Reunindo estas informações juntamente com publicações recentes,
onde é sugerida a participação de agentes infecciosos como a Chlamidia pneumoniae, surge
a possibilidade de terapias revolucionárias, como o uso de anti-microbianos na doença
isquêmica do coração, conforme apontam os resultados preliminares de estudos como o
Roxis Study.
Sobre este tema fascinante, tivemos no Domingo na sala 13, a Mesa-redonda- Doença arterial coronária e
inflamação.
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