Fibrilação atrial paroxística por mecanismo focal: novas
soluções para um velho problema
A fibrilação atrial é a arritmia cardíaca mais comum,
afetando 2,2 milhões de americanos a cada ano. Enquanto que a prevalência em
indivíduos de 50 anos é menor que 1%, em indivíduos em torno de 80 anos chega
11%. O controle desta arritmia é dificultado por um mecanismo de
auto-perpetuação. Com o aumento da idade sabe-se que os átrios sofrem
modificações estruturais, tornando-se assim, mais suscetíveis à arritmia.
Além disso, o número de extrassístoles também aumenta com a idade,
contribuindo com maior incidência de distúrbios de condução.
Sabe-se que seu mecanismo indutor pode ser focal, e se caso
for possível a identificação do foco, poderá ser realizado como tratamento,
a ablação por cateter. O local mais freqüente de focos é a nível do átrio
esquerdo e das veias pulmonares, onde se encontram uma concentração maior de
fibras miocárdicas.
Segundo o Dr.
Ivan Gonçalves Maia, o Holter de 24hs
é capaz de identificar uma fibrilação atrial paroxística induzida por um
foco ectópico atrial repetitivo, conforme sua pesquisa com 34 pacientes
cardiopatas com surtos de FAP, em que foram identificados a presença de mais de
4 episódios de FAP nas 24hs, com induções semelhantes, sugerindo tal
mecanismo.
As indicações para ablação são: 1. Fibrilação atrial
recidivante de difícil controle; 2. Manifestação ectópica nítida no HOLTER;
3.Sempre que possível, causa e efeito bem definidos; 4. ECG com padrão de onda
p.
Pode-se, então, concluir que a identificação da FAP focal
é relevante por ser passível de controle por ablação do foco repetitivo, e
com isso, o tratamento definitivo da fibrilação atrial paroxística.