A morte súbita continua sendo um dos maiores
desafios para o cardiologista. Nos últimos anos a terapêutica para preveni-la
experimentou mudanças importantes baseadas em megaestudos bem delineados que incluíam
pacientes com insuficiência cardíaca.
Cabe ao cardiologista decidir o melhor para seu paciente dentre os
vários caminhos terapêuticos disponíveis, que incluem medicamentos antiarrítmicos, a
ressecção cirúrgica, a ablação endocárdica por cateter e o implante de dispositivos
elétricos: os cardioversores-desfibriladores implantáveis (CDIs).
O Dr. Leandro I. Zimerman apresentou as evidências atuais para nossa
orientação terapêutica. Sabe-se hoje em dia o inequívoco papel dos CDIs em prevenção
secundária de morte súbita baseados em estudos como o AVID - Antiarrhythmics
Versus Implantable Desfibrillators (NEJM 1997;337:1576), o CIDS - Canadian
Implantable Desfibrillator Study (Circulation, Mar 21,2000; 101(11), p1297-1302), CASH
- Cardiac Arrest Study Hamburg (Am. J. Cardiol. 1993;72:109F -113F - Protocolo), bem como
a polêmica utilização destes dispositivos em prevenção primária como visto nos
trabalhos MADIT - Multicenter Automatic Desfibrillator Implantation Trial (NEJM
1996; 335:1933-1940) e do grupo MUSTT - (Multicenter Unsustained Tachycardia Trial
Investigators (NEJM 1999;341:1882-1990) e espera-se informações atualizadas sobre os
principais resultados de estudos em andamento como o MADIT II que estuda o
beneficio profilático do tratamento com e sem os CDIs em pacientes com doença arterial
coronariana (DAC) e fração de ejeção menor que 30%, e o SCD - HeFT (Sudden
Cardiac Death in Heart Failure Trial) que compara o uso da Amiodarona versus CDIs em
pacientes com DAC ou cardiomiopatia não isquêmica com Classe funcional da NYHA II ou III
e FE <35%, ambos com o end point primário de mortalidade.
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