Prevenção da reestenose coronária: novas perspectivas
A despeito de gratificantes resultados imediatos, a reestenose
permanece como a principal limitação da angioplatia transluminal coronariana. Os
mecanismos básicos envolvidos na reestenose, são o aumento da neo-íntima e o
remodelamento vascular. A perda do endotélio favorece a incorporação do material
trombótico e a expressão de mitógenos, que se associam à migração e a proliferação
de células musculares lisas e posteriormente à síntese de matriz. Avanços
tecnológicos estão sendo obtidos, mas algumas variáveis clínicas e angiográficas
podem ser úteis, para auxiliar na separação dos pacientes de maior risco de reestenose.
Alguns trabalhos demostraram que a reestenose é mais freqüente em diabéticos, devido a
maior formação neo-íntimal e trombogenecidade, e nos portadores de angina instável
pela presença de trombo na placa. Em estudo realizado em pacientes dislipidêmico, o
probucol demonstrou menor taxa de de reestenose no grupo intervenção. Em relação aos
preditores angiográficos da reestenose, o sítio da lesão, extensão da lesão ( maior
de 10 mm de extensão ) e a morfologia da lesão devem ser observados, para estimar o grau
de sucesso do procedimento. Além dos conhecimentos e as abordagens até o momento
investigadas, a terapêutica com os novos agentes antiplaquetários, probucol, magnésio,
estrógeno, beta-irradiação e mais modernamente por meio da transferência gênica,
associados com a contribuição do ultrasom intracoronariano que nos permite melhores
conhecimentos da fisiologia da reestenose. O uso dos Stents acoplados à
beta-irradiação, inicialmente em experimentos animais, foram positivas com diminuição
da área neo-íntimal, porém em humanos o sucesso não se repetiu. Tentativas com
diferentes graus de irradiação parecem ser promissora. O maior êxito até o momento é
o descoberta dos inibidores das glicoproteínas IIb/IIIa ( abciximab, eptifibatide e
tirofiban), que demonstraram em vários estudos a sua importância, em reduzir a
reestenose e os eventos clínicos com ou sem Stent associado ao procedimento. Deveremos
ter menos dificuldades no futuro próximo para podermos manejar melhor a reestenose
coronariana o verdadeiro calcanhar-de-Aquiles dos procedimentos intervencionistas.
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