Confira alguns dos temas livres apresentados na
Segunda-feira
Fatores de risco para doenças cardiovasculares em
adolescentes de São Paulo e no sexo feminino no Rio de Janeiro onde as mulheres
mais idosas e de menor nível econômico cultural apresentam com maior
freqüência fatores de risco para o desenvolvimento de coronariopatia, foram
discutidos assim como também a prevalência de fatores de risco na Bahia e em
pilotos de avião onde os colegas constataram um número semelhante a
população em geral em relação a fumo, colesterol, hipertensão e obesidade.
Outro estudo com homocisteína demonstrou que seus níveis
elevados estão relacionados à doença arterial coronariana. Na amostra
estudada não houve diferença significativa entre os valores de concentração
de homocisteína nos pacientes com doença coronária crônica e aguda, bem como
estes níveis, não determinaram o desencadeamento do evento agudo (angina
instável/infarto agudo).
Mais um estudo observou-se que a carência de folato está
associada a hiperhomocisteinemia. A suplementação com ácido fólico poderia
reduzir os níveis de homocisteína nos pacientes com doença coronária.
O fibrinogênio é considerado um fator de risco independente
para doença arterial coronária e para avaliar seus níveis e as diferenças
entre pacientes na fase aguda e crônica da DAC, foi realizado estudo que
concluiu que a prevalência de valores anormais da concentração de
fibrinogênio confirmam a associação entre este fator de risco e doença
coronária. Na amostra estudada, no entanto não houve contribuição dos
níveis anormais de fibrinogênio no desencadeamento do evento agudo, isto é,
angina instável e infarto agudo do miocárdio).
Aferindo o Fibrinogênio e a Proteína C Reativa em pacientes
com e sem cardiopatia isquêmicas, enfatizando a importância de cada um na
distribuição dos FR coronarianos, pesquisa concluiu que os fatores de risco
para doença coronariana podem alterar Fibrinogênio e a Proteína C
significativamente (fumo e idade) indicando possível aplicabilidade prática
destes no intuito de predizer eventos coronarianos, sendo mais estudos
necessários para confirmar essas associações e a sua aplicabilidade.
Nos temas relacionados a hipertensão, um estudo transversal
não identificou associação entre depressão e hipertensão arterial
sistêmica em uma amostra populacional representativa da população de Porto
Alegre e o mesmo grupo, em outro estudo, avaliando o perfil de risco
cardiovascular, demonstrou que a maior idade dos pacientes com pressão
normal-alta coaduna-se com a história da doença, mas a menor atividade física
pode denotar risco específico comparativamente aos normotensos.
O grupo do Rio de Janeiro que a longo prazo estuda coorte de
jovens, em estudo prospectivo observacional trouxe informações sobre os
fatores determinantes da massa e hipertrofia ventricular esquerda nestes jovens
acompanhados por 10 anos, sendo a parede posterior ao ecocardiograma que foi a
variável que melhor se correlacionou com a MVE e a única capaz de predizer a
ocorrência de HVE 10 anos após. Resultados deste grupo também determinou as
curvas de normalidade da pressão de pulso para o sexo e faixa etária de
crianças e adolescentes de 6 a 15 anos de idade.
Análise ecodopplercardiográfica da repercussão da
hipertensão arterial no ventrículo direito mostrou que a espessura da parede
livre e índice de massa do VD dos hipertensos estão aumentados quando
comparados aos indivíduos sadios. O índice de massa do VD se correlaciona
positivamente com o valor da pressão arterial.
Angina
A importância prognóstica da angina antes do infarto agudo
do miocárdio em estudo de correlação com localização do infarto e de
anatomia coronariana por cinecoronariografia mostrou que os pacientes com
infarto inferior mais freqüentemente não referem angina antes do IAM; além
disso, os que referem angina há mais de 30 dias antes do infarto têm maior
probabilidade de lesão contralateral.
As síndromes coronarianas agudas sem supradesnivelamento de
ST são comuns em DM e sua presença é marcador prognóstico desfavorável e
independente a longo prazo. Hospitalização por SCA sem supradesnivelamento de
ST reflete doença crônica contínua subjacente, mais avançada e progressiva
em pacientes com DM. Novas estratégias de tratamento a longo prazo são
urgentemente necessárias para este grupo de alto risco. Esta foi a conclusão
do estudo sobre o impacto do diabete melito no prognóstico da angina instável
e infarto do miocárdio sem supradesnivelamento de ST: resultados do registro
OASIS.
A doença arterial coronária (DAC) é o principal motivo de
óbitos entre mulheres dos países industrializados, e a 3a causa de óbitos nos
países em desenvolvimento, a partir da menopausa. Os fatores de risco são
similares entre homens (H) e mulheres (M); porém a mulher têm fatores
particulares como a menopausa e o uso do contraceptivo oral associado ao
tabagismo.
Um estudo de 250 mulheres acometidas de infarto agudo do
miocárdio concluiu que há maior prevalência de tabagismo entre mulheres mais
jovens; elas são mais hipertensas, têm mais diabetes e são admitidas na UTI
em Killip mais avançado que os homens. A mortalidade das mulheres é portanto
maior que a dos homens em infarto agudo do miocárdio. A proporção de IAM
entre H/M hoje é de apenas 2:1.
Tratamento com Stent nas síndromes coronárias isquêmicas
agudas – vários estudos foram apresentados demonstrando que a angioplastia
coronária com implante de Stent em lesões com trombo angiográfico, constitui
uma terapêutica eficaz e segura, com elevado sucesso angiográfico imediato,
baixo índice de trombose subaguda e menor mortalidade intra-hospitalar,
particularmente quando comparada com a angioplastia convencional. A elevação
progressiva da idade está associada a um perfil clínico e angiográfico mais
adverso, tendência à menor sucesso (TIMI 3) e maior mortalidade,
principalmente naqueles > 80 anos.
Em relação ao tratamento do infarto agudo do miocárdio com
angioplastia, Stents e antagonistas IIb/IIIA, quais os ensinamentos e seus
benefícios na parte clínica?
Em um estudo de 180 pacientes em infarto agudo, os autores
concluiram que a angioplastia primária com o implante de Stent e o uso de
antagonistas IIb/IIIa apresentou alto índice de sucesso e baixa
morbi-mortalidade.
Em outros estudo de idosos, que apresentaram maior
frequência de sexo feminino, choque cardiogênico, lesões mais complexas e de
3 vasos, apesar do delta T, TIMI flow inicial, diâmetro do vaso, uso de IIb/IIIa
e stent semelhante ao grupo mais jovem, verificous-se que estes pacientes
apresentaram mais slow flow e significativamente maior incidência de óbito
intrahospitalar.
Em relação aos preditores da reestenose coronária após o
implante de Stents coronários o estudo em vasos de fino calibre mostrou que
após o implante de SC < 2,50 mm, não encontrou-se variáveis preditoras de
reestenose coronária, à exceção para uma maior tendência relacionada ao
tratamento de lesões reestenóticas.
Comparando a troponina-I, CKMB massa e mioglobina em
pacientes submetidos intervenção coronariana percutânea com maior incidência
de eventos adversos a longo prazo concluiu-se que em um número significativo de
pacientes após intervenções, o marcador bioquímico mais sensível, foi a
troponina-I se comparado à MB-me mio. Porém, a elevação dos níveis séricos
destes marcadores não identificaram um subgrupo de pior prognóstico tardio.
Em relação a pacientes diabéticos estudos mostraram que o
tratamento com stents mostram resultados hospitalares equivalentes aos não
diabéticos mas evolução tardia menos favorável, caracterizada pela maior
incidência de óbito, IAM e necessidade de nova revascularização.
Assim como lesões restenóticas, hipertensão e sexo
feminino são significativamente mais freqüentes nos diabéticos os quais
obtém menor sucesso clínico e maior percentual de complicações maiores.
A utilização do Abixicimab em pacientes diabéticos
submetidos à intervenção coronária percutânea em estudos randomizados (EPISTENT)
mostrou redução das complicações imediatas (infarto) e tardias (infarto e
óbito). Estudo apresentado neste congresso mostrou que o Abixicimab causou
impacto positivo como terapia adjunta, em pacientes diabéticos com lesões
complexas.
A reperfusão precoce com o restabelecimento do fluxo
coronariano normal (TIMI 3) e a manutenção da artéria patente a longo prazo,
constituem os objetivos no tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM). O
fluxo TIMI 3 é obtido em 56% com a trombólise e acima de 85% com a
angioplastia primária (ATC 1a.). Estudo retrospectivo de 71 pacientes (pc)
consecutivos de ATC 1a, mostrou que é possível identificar fatores preditores
de mortalidade, eventos CV, necessidade de reinternação e retorno as
atividades habituais. Observou-se que a ATC é um método terapêutico eficaz no
tratamento do IAM, demonstrando benefícios nos pacientes de maior gravidade.
O fenômeno "No-Reflow" nas síndromes coronarianas
agudas ( ausência ou lentificação do fluxo coronariano após reperfusão)
está associado a um pior resultado clínico nos pacientes submetidos a
angioplastia coronária. Em um estudo de 488 angioplastias 1a
19 pacientes submetidos a angioplastia na síndrome
coronária aguda que desenvolveram o fenômeno "No-Reflow",
apresentaram-se em sua maioria, de forma estatisticamente significativa: infarto
agudo complicado com choque, vasos de maior calibre sem fluxo anterógrado e
lesões complexas com trombo associado. O surgimento de "No-Reflow"
relacionou-se a um pior prognóstico, com aumento importante da mortalidade
cardíaca.
O estudo multinacional STENT PAMI que randomizou 900
pacientes (pts) com IAM (<12 hrs) em 65 centros, para o tratamento com stents
primários ou ATC primária com balão (ATCP), com objetivo de verificar a
existência de possível benefício do tratamento de pts diabéticos na
vigência do IAM, com o implante rotineiro de stents. Ao final de 12 meses após
o IAM, o implante rotineiro de stents em pts diabéticos, não reduziu a
ocorrência de eventos clínicos maiores, a cifra de reestenose ou à
realização de novos procedimentos de revascularização miocárdica (RLA),
comparado com a ATCP. Nos pts não-diabéticos tratados com stents, a
mortalidade tardia foi maior, apesar da redução significativa da ocorrência
de novos eventos clínicos combinados, da necessidade de nova RLA e da
reestenose coronária.
A substituição cirúrgica de extensos segmentos da aorta (SEAo)
está relacionada com alta incidência de morbimortalidade incluindo até 20% de
paraplegia. As séries iniciais de tratamento percutâneo têm mostrado
resultados animadores de ordem de 0 à 3% de paraplegia. A baixa incidência de
isquemia medular parece estar relacionada a desenvolvimento de colaterais na
doença crônica, ausência de pinçamento aórtico, trombose progressiva do
aneurisma.
As contribuições na área do diagnóstico não invasivo
pelo teste ergométrico incluiram estudos com crianças e adolecentes, efeitos
do estresse mental na pressão arterial durante o teste, onde se verificou que
PA de repouso medida na esteira, não reflete a PA real do paciente.
Outro estudo trouxe a informação de que distúrbios de
condução não são raros em atletas assintomáticos e habitualmente
considerados benignos, porém, na amostra dos autores, destes 54% tinham doença
cardiovascular.
A cinética do consumo de oxigênio pós exercício na
cardiopatia chagásica crônica foi estuda em 52 pacientes chagásico crônicos
e comparada com 15 voluntários normais.Constatou-se que existe uma redução
progressiva da cinética da curva de
O2
dos pacientes e alteração no oxigênio consumido na recuperação, nos
chagásicos.
Nas apresentações livres com estudo ecocardiográfico, na
Segunda-feira tivemos informações sobre função diastólica e novos
parâmetros de sua avaliação, análise da dor torácica sugestiva de angina
pectoris que ocorre durante o ecostress com dobutamina que esteve relacionada a
estenose fixa de vaso coronariano com boa sensibilidade mas baixa
especificidade.
Em uma meta-análise de comparações entre ecocardiograma de
estresse com dobutamina ou dipiridamol, conclui-se que alta dose de ambas as
drogas têm acurácia diagnóstica similares, com maior sensibilidade da DOB,
sobretudo em uni-arteriais e maior especificidade de DIP. E não se pode
decretar um vencedor nesta longa disputa de dez anos.
Em um estudo ecocardiográfico de avaliação da função
atrial pós cardioversão elétrica de arritmias atriais observou-se que o
Doppler-ecocardiograma mostrou-se eficaz na monitorização da recuperação da
função atrial esquerda.
Em estudo ecocardiográfico trans-esofágico a associação
entre efeito de contraste espontâneo na aorta torácica e eventos isquêmicos
encefálicos recentes foi associado independentemente com os eventos isquêmicos
encefálicos recentes. A hipertensão arterial sistêmica , as excrescências de
Lambl e as placas complexas aórticas igualmente estão associadas de forma
independente com os eventos isquêmicos encefálicos recentes.
Os resultados de procedimentos cirúrgicos utilizando o
valvulótomo de Cribier, analizados por ecocardiografia mostrou que foi
possível produzir aumentos maiores das áreas valvares mitrais, em comparação
aos valvulótomos correntemente utilizados, em virtude de abrir ambas comissuras
ao invés de abrir apenas a comissura medial. A redução dos gradientes não
teve diferencia significativamente.
Os temas relacionadas a cardiologia nuclear englobaram
análise da reprodutibilidade da fração de ejeção e dos volumes
ventriculares esquerdos calculados pela cintilografia miocárdica tomográfica
sincronizada com 99mTc Sestamibi que foi método altamente reprodutível em uma
série de 44 pacientes. Parece que a interferência do sexo, presença de
disfunção ventricular esquerda e do padrão de perfusão miocárdica não
comprometem a alta reprodutibilidade demonstrada pelo método.
Em um estudo de 88 pacientes idosos com suspeita ou
diagnóstico de DAC, o exame de mibi-SPECT proporcionou adicional informação
prognóstica. Exames de perfusão normais foram relacionados com um excelente
prognóstico, e os defeitos de perfusão extensos, foram independentes
preditores de eventos CV futuros.
Outro estudo com 328 pacientes mostrou que o SPECT com Tc-99m
Tetrofosmin permite excelente estratificação de risco para pacientes com
idade>74 anos e suspeita de doença arterial coronariana, identificando
subgrupo de extremo baixo risco.
Nos pacientes com com bloqueio do ramo esquerdo e suspeita
clínica de doença coronariana
o valor prognóstico da cintigrafia de perfusão miocárdica
com Tc99m apresentou um valor prognóstico relevante, mais significativo no
grupo normal, que demostrou um baixo risco cardíaco.
A avaliação da fração de ejeção do ventrículo esquerdo
após cirurgia de revascularização miocárdica pela cintilografia miocárdica
tomográfica sincronizada, comparada a ressonância nuclear magnética mostrou
adequada correlação em pacientes no pós-operatório. A adição desta nova
técnica pode trazer informações úteis ao manuseio clínico de pacientes
após CRM.
A Ressonância Magnética Tridimensional possibilita uma
ampla e completa exploração no período pós operatório tardio de cirurgia de
Jatene, parecendo ser particularmente útil para a avaliação dos territórios
vasculares.
A Ressonância também possibilita a avaliação da aorta
descendente torácica para o implante de endopróteses fornecendo dados
importantes para a conduta e permitindo escolher os candidatos para o implante
de EP.
Nas apresentações que envolveram temas de arritmias
cardíacas dados sobre o transplante de autólogo de medula óssea na
freqüência cardíaca e na variabilidade da freqüência cardíaca evidenciaram
que o transplante está associado a alterações na FC e na VFC. Embora um
mecanismo de aumento da excitabilidade miocárdica seja sugerido pelo aumento
das ectopias, a presença de BAV, a redução da FC e o aumento da VFC sugerem
uma etiologia multifatorial para esta cardiotoxicidade, que, em parte, pode
estar associada a um aumento da atividade parassimpática.
Na Doença de Chagas, a fibrose constitui um fator
facilitador de potenciais tardios. Um atraso na condução atrial medida no
eletrocardiograma de alta resolução da onda P observado não diferenciou o
grupo chagásico do controle poderia revelar o substrato para as arritmias
atriais comumente encontradas nesta doença.
Outro estudo revelou que em pacientes com palpitação
taquicárdica, o achado de um intervalo PR curto sem pré-excitação ao ECG
basal é fortemente sugestivo de taquicardias paroxísticas supra-ventriculares.
A ocorrência de múltiplas vias nodais anterógradas não correlacionou-se com
alterações do intervalo PR.
Uma avaliação de droga utilizada e tempo de reversão da
fibrilação atrial aguda na sala de emergência revelou que: 1) O índice de
reversão da FA aguda < 48 h na sala de emergência é elevado. 2) A
associação digital e quinidina foi a mais utilizada no nosso serviço com
menor tempo para reversão a RS.(p<0,009). 3) O grupo com FA <48h que não
usou drogas teve reversão de 91%.
Também relacionado a fibrilação atrial uma avaliação do
esquema de anticoagulação na fibrilação atrial de tempo indeterminado na
sala de emergência mostrou que: 1- Os pacientes com FA >48h efetivamente
anticoagulados não apresentaram eventos cardioembólicos(CE) a curto prazo. 2-
O esquema de anticoagulação rápido na SE não apresentou complicações CE
durante a internação.
Em estudo que avaliou o tratamento da fibrilação atrial com
cardioversão elétrica (CVE), teve como objetivo avaliar a presença de
extra-sístoles atriais (ESA), imediatamente após a CVE e correlaciona-las com
a eficácia do procedimento. Observou-se correlação entre o número de ESA no
1º minuto após CVE, com a recorrência de FA no período de 1 mês. O tempo de
aparecimento da 1º ESA e seu intervalo de acloplamento não foram preditores de
recorrência.
Em estudo que teve como objetivo determinar a eficácia da
procainamida intravenosa na reversão da fibrilação atrial aguda, revelou sua
eficácia na reversão, recomendando que a mesma possa fazer parte da
estratégia de tratamento de pacientes com esta condição.
A fibrilação atrial é a arritmia sustentada mais observada
em corações humanos (prevalência > 5% acima dos 65 anos). Tem sido
demonstrado que o seu mecanismo indutor poderá ser focal, sendo, quando
identificado, passível de ablação por cateter com controle da arritmia.
Holter-24hs identifica uma FAP induzida por foco ectópico atrial repetitivo. A
presença de > 4 episódios de FAP nas 24hs, com induções semelhantes,
sugere esse mecanismo. A identificação da FAP focal é relevante por ser
passível de controle por ablação do foco repetitivo.
Estudos com curvas de sobrevida em população de pacientes
com cardiomiopatia hipertrófica (CMH) e em suas intercorrências mostrou
amostra estudada apresentou boa evolução clínica, com sobrevida média
compreendida com as referidas na literatura, sendo os portadores da forma septal
assimétrica os que apresentaram menor sobrevida. Quanto às intercorrências, o
TRE e a IC foram as que mais contribuíram para a redução da sobrevida, já
sendo evidente ao fim dos 10 anos (redução de 50%), tornando-se marcante aos
20 anos.
Teste ergométrico realizado em pacientes com cardiomiopatia
hipertrófica e correlacionado com o Holter 24 horas mostrou que não houve
diferenças no comportamento do TE entre os pacientes com CMH com e sem TV ao
Holter e que o TE é método seguro, porém com baixo VPP para a detecção de
TV ao Holter.
Contrariamente ao conceito clássico, a dilatação do anel
valvar mitral em corações com cardiomiopatia dilatada é uniforme, ou seja,
ocorre não apenas em sua porção posterior, mas acomete também o segmento
anterior do anel que está relacionado com o corpo fibroso central do coração.
Além disso, a dilatação do anel valvar não é fator decisivo para o
desenvolvimento de regurgitação mitral. A deformação do anel na sua porção
posterior causa insuficiência valvar importante.
Ventriculectomia parcial esquerda como ponte para transplante
cardíaco foi questionada por estudo em 53 pacientes num período de 5 anos. Com
a melhora,a curto prazo,da CF da NYHA e da Qualidade de Vida e com a redução
do DDFVE após a VPE,alguns pts com contra-indicação inicial para TX
podem,eventualmente,serem relistados.A mortalidade alta no primeiro semestre
limita a sua indicação como ponte para TX em alguns pacientes.Serão
necessários estudos randomizados futuros para uma definição deste papel.