Desfibrilador Implantável
O desfibrilador implantável é melhor que tratamento farmacológico otimizado na
prevenção da morte cardíaca súbita.
Em torno de meio milhão de pessoas apresentam morte súbita anualmente
nos EUA, praticamente 1 caso por minuto. A principal causa ( 80 a 85% ) é devido a
taquiarritmia cardíaca ( taquicardia e/ou fibrilação ventricular ). Uma minoria de
casos ( 15 a 20 % ) deve-se às bradiarritmias ou dissociação eletromecânica. Cinquenta
por cento a 64% dos casos não tem coronariopatia conhecida e somente 20% a 30% apresentam
trombose coronária na necrópsia. O grupo de maior risco é o pós-infarto do miocárdio
com função ventricular severamente comprometida devido as taquiarritmias ventriculares.
A possibilidade de reconhecer e interromper as taquiarritmias
ventriculares rápidas, o cardioversor-desfibrilador implantável ( CDI ) consolidou-se
como o padrão ouro, no tratamento dos pacientes que sofreram morte súbita abortada e/ou
taquiarritmias ventriculares com repercussão hemodinâmica.
Em relação às dúvidas existentes sobre eficácia de drogas como
amiodarona, betabloqueadores e drogas do grupo I, comparada com CDI e a própria
utilidades em termos de mortalidade destes últimos foram estudados e avaliados através
de trabalhos prospectivos e randomizados. No AVID comparou amiodarona/sotalol x CDI em
pacientes com arritmias ventriculares pontencialmente fatais, onde CDI diminuiu a
mortalidade total. O estudo CASH iniciado em 1987, 400 sobreviventes de morte súbita
cardíaca abortada por taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular, documentadas,
não relacionadas à fase aguda do infarto. Divididos em 4 grupos : CDI, propafenona,
amiodarona, e metoprolol . Já em 1993, o grupo propafenona foi suspenso, devido a
mortalidade superior grupo CDI ( 14 % x 0 ). Resultados, publicados em 1998, demonstraram
superioridade CDI em relação as drogas.
Em relação a prevenção secundária em pacientes pós-infarto
classificados como de alto risco para morte súbita por estudo eletrofisiológico, não
suprimida por drogas endovenosas ( MADIT ). Neste estudo pacientes foram divididos em 2
grupos: CDI X terapia medicamentosa, em 27 meses a mortalidade do CDI era menor. Com isso
o FDA, estendeu as indicações de implante de CDI a pacientes que exibam características
de inclusão do MADIT. Os resultados publicados do MUSTT, como prevenção primária, vem
comprovar que pacientes isquêmicos de alto risco, o CDI reduz o risco de morte súbita,
em comparação com drogas antiarrítmicas.
Durante o debate, na segunda-feira, sala 16, foi abordado os trabalhos
que até o momento demonstram a superioridade do desfibriladores em relação ao
tratamento medicamentoso, mas ficou em aberto a questão da otimização do tratamento;
baixo uso de amiodarona, e alto emprego de drogas do grupo I, que hoje não devem ser
utilizadas como de primeira escolha. Reserva-se hoje, uso exclusivo para grupos de
pacientes de alto risco e rigorosamente selecionados.
Bibliografia:
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