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A avaliação clínica da disfunção endotelial apresentada por Eduardo
Moacyr Krieger (SP) e Hipertensão no idoso por Norman Kaplan (EUA) foram
concorridas conferências na Terça-feira deste Congresso.
Se voce não confereriu:
A patogênese da hipertensão essencial ainda não é completamente
compreendida. Nos últimos anos, uma série de novos fatores que podem
contribuir na patogênese da hipertensão vêm sendo estudados, incluindo
fatores genéticos, disfunção endotelial (manifestada por mudanças na
endotelina e no óxido nítrico), baixo peso ao nascer e anormalias
neurovasculares.
Apesar de diversas pesquisas envolvendo os hormônios endoteliais (a
endotelina como vasoconstritor e o óxido nítrico como vasodilatador), ainda
não há evidências convincentes de um papel importante deste hormônios na
hipertensão essencial em humanos.
A endotelina-1 é o mais potente vasoconstritor endógeno e um candidato
óbvio para contribuir para o desenvolvimento da hipertensão. Nos últimos
anos, desde que a endotelina-1 foi identificada, um número crescente de dados
apoiam seu provável papel na regulação do tônus vascular normal e na
fisiopatologia de diversas condições associadas com a vasoconstrição,
incluindo a hipertensão, a doença de Raynaud, a insuficiência renal e a
insuficiência cardíaca.
Alguns estudos com animais sugerem que a endotelina exerce um papel em certos
tipos de hipertensão. Além disto, a endotelina-1 pode intermediar os efeitos
renais e cardiovasculares da angiotensina II. A aplicabilidade destes achados
para a hipertensão em humanos é incerta, mas um número crescente de estudos
sugerem que antagonistas da endotelina podem ser clinicamente úteis.
Tendo em vistas definir o papel da endotelina na hipertensão essencial, um
ensaio clínico recente alocou aleatóriamente 293 pacientes com hipertensão
essencial para receber doses diferentes de bosentan (antagonista do receptor de
endotelina), enalapril ou placebo. O bosentan e o enalapril produziram uma
redução equivalente na pressão arterial, sendo que a queda da pressão com
bosentan foi atingida sem ativação reflexa do sistema nervoso simpático ou do
sistema renina-angiotensina.
Da mesma forma, ao óxido nítrico (fator de relaxamento derivado do
endotélio), por seu efeito vasodilatador, também foi implicado um papel na
patogênese da hipertensão. Alguns achados que corroboram esta hipótese são:
a vasodilatação dependente do endotélio está prejudicada na hipertensão
essencial; em modelos animais o bloqueio da síntese de óxido nítrico leva à
hipertensão; ratos com exacerbação da expressão genética do gene
responsável pela óxido nítrico sintase são significativamente hipotensos.
Contudo, um papel definitivo para associar a produção deficiente de óxido
nítrico em humanos à hipertensão ainda precisa ser estabelecido.