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Atenuação do Sistema Renina-Angiotensina na Insuficiência
Cardíaca em Perspectiva
A partir dos anos 90 o papel da renina angiotensina na
insuficiência cardíaca passaram a ser estudados e valorizados como
determinantes da evolução da insuficiência cardíaca. Inicialmete com a
diminuição do débito cardíaco, o organismo aciona alguns mecanismos
adaptativos, Frank-Starling, hipertrofia miocárdica e a estimulação
neuro-hormonal e simpática, procurando com esses eventos manter as condições
hemodinâmicas. Esses mecanismos vasoconstritores contrabalançam com os
mecanismo vasodilatadores neuro-hormonais, chegando então ao equilíbrio. Mas
no momento em que o dano miocárdio é mais intenso, essa estimulação inicial
não reverte as alterações induzidas, levando ao maior aumento da
estimulação neuro-hormonal, agora com predomínio do efeito dos hormônios
vasoconstritores, como demonstrado nos estudo com pacientes sintomáticos:
CONSENSUS, SOLVD tratamento e AYRE. Esse aumento acarreta vasoconstrição, que
dificulta ejeção e dificulta compensação e facilita a progressão da doença
e o aumento da mortalidade.
O papel do aumento da estimulação neuro-hormonal e a
história natural da insuficiência cardíaca ficou demonstrada com os trabalhos
que utilizaram drogas que reduziram essa estimulação, com os inibidores da
enzima de conversão, betabloqueadores e espironolactona, o qual provocou
redução da mortalidade enquanto o tratamento com drogas que aumentaram a
estimulação neuro-hormonal, como os inotrópicos e antagonistas dos canais de
cálcio, aumentou a mortalidade.
Apesar das grandes descobertas nesta área, algumas
abordagens ainda não estão totalmente esclarecidas e merecem destaque, tais
como: todas as classes funcionais tem os mesmos resultados? O papel do escape
que surge com passar do tempo, o que há de novo? Qual é a dose adequada?
Associação dos bloqueadores da angiotensina II, o que os trabalhos nos mostram
até o momento? As novas descobertas em relação as endotelinas, quais as
evidências?
Durante a conferência na sala 14, o Dr. Gilson Soares
Feitosa ( BA ) abordou os benefícios comprovados dos I-ECA, betabloquedores, e
recentemente da aldosterona. Uma pergunta ainda não pode ser respondida em
relação ao papel do escape, e ao benefício dos antagonistas da angiotensina
II, ficando estes no momento reservado apenas para pacientes que não toleram
aos I-ECA. Aguardamos resultados de alguns estudos em andamento para definir
estas questões.